Os produtores de gado que trabalham com pecuária de cria prometem reação mais organizada na relação com os frigoríficos em 2026. De forma reservada, eles admitem que 2025 “foi um ano muito bom”. Mas já anunciam que “2026 vai ser o ano do pecuarista”. Eles defendem que o preço da arroba praticado no Acre deveria se aproximar do que é pago no Mato Grosso.
O presidente da Associação dos Pequenos e Médios Produtores da Transacreana, José Augusto Pinheiro da Silveira não se surpreende com a relação tensa com os frigoríficos e tem um diagnóstico rápido ao tratar do assunto. “Enquanto em São Paulo pagam trezentos e vinte reais na arroba, em Minas também, aqui no Acre os frigoríficos querem pagar duzentos e sessenta e cinco, duzentos e setenta”, compara. “Os frigoríficos só pensam neles. O que eles querem? Quem a gente mantenha o gado aqui com eles pagando uma das menores arrobas do país. Por que a gente faria isso? Por que a gente assumiria esse prejuízo?”
Augusto, como é conhecido, está otimista em relação a 2026. “Vai continuar a saída [de gado]. Não tem jeito. No Acre, são poucos os engordadores de boi. A maioria é criador de vaca. E se esse ano foi muito bom, 2026 vai ser melhor ainda. 2026 vai ser o ano da pecuária”.
Em relação à organização da representação do pequeno pecuarista, Augusto não é tão otimista. “Quando o cenário fica melhor, a união fica prejudicada”, constata.
Um dos mais ativos produtores da pecuária de cria local, Geraldo Pereira Maia, ex-deputado e ex-secretário de Estado da Fazenda, é menos otimista. “Precisamos ficar atentos para que os frigoríficos não dificultem a saída do gado. Eles pagam o menor preço da arroba do país. Por isso, os pecuaristas da recria e engorda não conseguem pagar o mesmo preço pago no bezerro pelos pecuaristas do Mato Grosso”, analisa Pereira em publicação nas redes sociais.
“Ao mesmo tempo que ficamos em estado de alerta para proteger os pequenos pecuaristas, também recai em nós a responsabilidade de viabilizar os frigoríficos”, provoca.
Para o ex-deputado, que jura não ser candidato a uma cadeira na Aleac, “os políticos , depois do grande movimento dos pequenos pecuaristas, passaram a enxergar a força política do produtor de bezerros. Diante desse novo cenário, o setor mais importante da pecuária vai ser ouvido pelo governo. Aproximadamente 200 mil pessoas dependem direta ou indiretamente da pecuária de cria”.
| Estado / Cidade | Preço da @ (R$) |
|---|---|
| São Paulo | R$ 324,50 |
| Goiás | R$ 315,54 |
| Minas Gerais | R$ 320,59 |
| Mato Grosso do Sul | R$ 319,09 |
| Mato Grosso | R$ 302,04 |
| Acre | R$ 275,00 |
