Seca do Rio Purus isola municípios e agrava crise econômica no interior do Acre

Gás de cozinha passa dos R$ 200 e produtores rurais enfrentam dificuldade para escoar mercadorias; cenário preocupa moradores e ameaça abastecimento

Luiz Eduardo Souza

Com a estiagem se intensificando no Acre, o Rio Purus já apresenta sinais visíveis de seca, antecipando um período crítico para os municípios que dependem diretamente de sua navegabilidade. A redução do nível do rio tem imposto sérias dificuldades aos moradores de localidades isoladas, especialmente na região do interior profundo, onde o acesso por estrada é inexistente ou extremamente precário.

Em algumas comunidades, o preço do gás de cozinha ultrapassa os R$ 200, segundo relatos de moradores. Com a redução da navegabilidade, balsas e embarcações maiores já enfrentam problemas para chegar às cidades e vilarejos ribeirinhos, o que compromete o abastecimento de produtos básicos e faz os preços dispararem.

A situação afeta diretamente também os produtores rurais, que utilizam o Purus como principal rota de escoamento. Muitos já enfrentam dificuldades para transportar farinha, frutas, pescado, artesanato e outros produtos típicos até Cruzeiro do Sul e demais centros consumidores do Acre.

Sem a possibilidade de comercializar, produtores acumulam perdas, enquanto a economia local se enfraquece. Com menos entrada de renda e mais dificuldade de acesso a bens essenciais, o impacto social é inevitável — e tende a se agravar com a progressão da seca.

As previsões indicam que os próximos meses devem ser de estiagem severa em todo o estado, com tendência de agravamento em regiões como o Vale do Purus, onde municípios como Santa Rosa do Purus, Manoel Urbano e Pauini (AM) já sentem os efeitos do isolamento.

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