Garantir que os estudantes das escolas indígenas e rurais de Santa Rosa do Purus tenham acesso à alimentação escolar é um desafio que envolve longas distâncias, condições adversas e uma logística complexa. Isolado geograficamente, o município está localizado a aproximadamente 1.261 km da capital Rio Branco e não possui acesso terrestre direto.
Para que os alimentos cheguem às escolas, o trajeto começa em Rio Branco e segue inicialmente por 144 km pela BR-364 até a cidade de Sena Madureira. De lá, as equipes utilizam barcos para subir o Rio Purus, em um percurso que pode levar vários dias, dependendo das condições do rio. Outra alternativa para chegar ao município é por meio de aviões de pequeno porte.
“É uma logística muito grande e que exige o envolvimento de várias equipes. Os alimentos saem de Rio Branco, passam por Sena Madureira e depois por Manoel Urbano. Em Manoel Urbano, são embarcados em um barco maior que sobe o Rio Purus. Enquanto isso, nossa equipe de Santa Rosa desce o rio com outro barco menor, dando suporte ao transporte, principalmente nos trechos de difícil navegação”, explica o coordenador do Núcleo de Representação da SEE em Santa Rosa, Jekson Alencar de Almeida.
Segundo o coordenador, todas as escolas atendidas estão em áreas de acesso exclusivamente fluvial e, em algumas comunidades, o percurso inclui ainda longas caminhadas. “Na Escola Indígena Txana Mana e na comunidade Ika Muru, por exemplo, além da viagem pelo rio, ainda é preciso andar quase uma hora a pé até as escolas”, relata.
Na remessa atual, foram enviados alimentos não perecíveis como arroz, açúcar, café, biscoitos, amêndoas e carne de sol, além de botijões de gás para todas as unidades escolares, assegurando o preparo adequado das refeições.
“A gente reconhece as dificuldades de acesso, as longas distâncias e as condições adversas que muitas vezes impedem o transporte rápido e regular da alimentação escolar. Mas seguimos trabalhando para garantir que os estudantes indígenas e rurais de Santa Rosa do Purus tenham acesso à alimentação escolar de forma digna e respeitosa às suas realidades”, reforça Jekson.
O secretário de Estado de Educação e Cultura, Aberson Carvalho, destaca o comprometimento das equipes da Secretaria para que os alimentos cheguem ao prato dos alunos. “Nossas equipes não medem esforços para assegurar que todos os estudantes, mesmo nas regiões mais distantes e isoladas do Acre, tenham garantido o direito à alimentação escolar, fundamental para o desenvolvimento e permanência na escola”, pontua.
(Texto de Dayana Soares, extraído da Agência de Notícias do Acre)