A semana termina com um clima de derrota para os segmentos mais capitalizados do agronegócio do país. A nota da Federação Nacional de Seguros Gerais e da Confederação Nacional das Seguradoras registra que o segmento vê com preocupação o bloqueio de R$ 445 milhões do Programa de Subvenção ao Prêmio do Seguro Rural (PSR). Associado a esse corte do Governo Federal, houve o registro da redução da área de cobertura do seguro rural.
A expectativa é de que haja redução de 30% da área coberta segurada. Justamente no momento em que os desastres em função dos efeitos climáticos extremos ganham proporções maiores no país.
“O bloqueio representará um duro golpe à política de proteção contra riscos agroclimáticos, especialmente para os produtores que não têm condições de arcar integralmente com o custo do seguro”, afirma a nota.
No trecho seguinte, há a contagem de como a cobertura tem diminuído ao longo do tempo em função do corte de gastos. “É importante destacar que a área segurada no país já sofreu forte retração nos últimos anos, caindo de 14 milhões para 7 milhões de hectares entre 2023 e 2024 – uma redução de 50%”, pontua a nota das organizações. “Contando com o apoio do governo federal, as seguradoras ampliaram sua capacidade de assumir riscos e aprimoraram produtos e serviços, com o objetivo de atingir a meta de 20 milhões de hectares protegidos”.
Essa medida do Governo Federal é a forma que o Ministério da Fazenda tem encontrado para fazer os ajustes necessários com os gastos públicos. Ocorre que o setor do agronegócio entende que é um segmento estratégico da economia brasileira, que tem dado respostas eficazes e tem sido responsável pelos superávits na balança comercial brasileira. Por isso, o corte nesse segmento deixa vulnerável a economia do próprio país.
Por outro lado, o episódio também escancara a ideia de que o segmento do agronegócio no Brasil não necessita do Estado e que caminha de forma independente.
Os números mostram um descompasso com evidentes impactos políticos. Com verba inicial anunciada de R$ 1,06 bilhão, em maio, o governo liberou apenas R$ 179,2 milhões. O cenário pode atrapalhar a execução do Plano Safra 2025/2026.