O preço da arroba do boi gordo no Acre segue entre os mais baixos do país, sendo negociada nesta semana a R$ 252 no mercado físico. A cotação reflete um cenário desfavorável para os produtores acreanos, que convivem com altos custos logísticos, baixa escala de abate e dificuldade de acesso aos grandes frigoríficos exportadores.
Enquanto isso, em estados como São Paulo, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, a arroba já ultrapassa os R$ 320. Em São Paulo, por exemplo, a média nesta semana chegou a R$ 322,25, conforme levantamento da Safras & Mercado. No Mato Grosso do Sul, o valor gira em torno de R$ 320,57, enquanto no Mato Grosso está em R$ 319,53. A diferença chega a quase R$ 70 por arroba — um impacto direto na rentabilidade do pecuarista acreano.
A distância dos portos, a infraestrutura precária e a dependência de poucos compradores locais dificultam a formação de um mercado competitivo no estado. Além disso, a baixa capacidade de confinamento e a pouca previsibilidade de preços afetam o planejamento da produção. Mesmo com a crescente demanda externa por carne bovina brasileira, o Acre ainda não consegue acompanhar o ritmo de valorização visto em outras regiões.
Especialistas apontam que a abertura de novos canais de comercialização, incentivos ao abate local com foco na exportação e investimentos em infraestrutura podem ajudar a mudar esse cenário. Por enquanto, a realidade é de margens apertadas e valorização distante da média nacional.