Com a chegada do período de estiagem amazônica, o Corpo de Bombeiros do Acre deu início à Operação Fogo Controlado, com foco especial na prevenção de queimadas que afetam diretamente o setor agropecuário. O alerta é para que os produtores rurais redobrem a atenção ao lidar com o uso do fogo em suas propriedades, prática ainda comum em processos de limpeza de roçados e manejo de pastagens.
Segundo o major Freitas Filho, coordenador de operações do Corpo de Bombeiros, o momento é crítico. A redução das chuvas e a baixa umidade aumentam o risco de incêndios florestais, que podem escapar do controle e causar grandes prejuízos ambientais, sociais e econômicos.
“A nossa orientação é clara: quem ainda faz uso do fogo no campo precisa estar atento aos riscos. Pequenas práticas podem se transformar em grandes incêndios florestais, como temos observado nos últimos anos”, afirmou o major.
De acordo com ele, a Operação Fogo Controlado, lançada no dia 5 de junho, tem como objetivo principal atuar de forma preventiva junto aos produtores, com ações de conscientização, palestras e formação de brigadas nas comunidades rurais. O foco é evitar que se repita o cenário de 2024, quando o Acre registrou mais de 8 mil focos de calor e todas as regionais do estado foram atingidas.
“No ano passado, vivemos uma das secas mais severas do país, segundo o Semaden. O Corpo de Bombeiros atendeu mais de 7 mil ocorrências relacionadas a queimadas. Por isso, neste ano estamos reforçando o efetivo em campo para orientar, fiscalizar e reprimir práticas ilegais”, destacou.
Além dos danos à vegetação e à fauna, os incêndios também provocam impactos diretos na produção rural — como perda de pastagem, queda na qualidade do solo e riscos à saúde dos trabalhadores e suas famílias. A fumaça também contribui para o aumento de doenças respiratórias e sobrecarga na rede de saúde.
“Estamos trabalhando o ano inteiro nesse tema, mas neste momento intensificamos as ações. Contamos com a parceria dos produtores para evitar o uso indevido do fogo e garantir que as atividades no campo não se tornem fonte de tragédias ambientais e humanas”, completou Freitas Filho.