Governo do Acre inclui “Orçamento Climático” na previsão de gastos para 2026

Até setembro, Seplan conclui metodologia que apresenta, no Projeto de Lei Orçamentária Anual, uma estimativa de quanto poderá ser usado em ações de prevenção e mitigação

Itaan Arruda
Orçamento Climático é um conceito que exige participação social para interferência, de influência em quanto será aplicado de recurso público para evitar problemas relacionados às mudanças climáticas Foto: Odair Leal

Os efeitos das mudanças climáticas chegaram ao orçamento público do Acre. Até setembro, a Secretaria de Estado de Planejamento envia para a Assembleia Legislativa o Projeto de Lei Orçamentária Anual com o conceito de “Orçamento Climático”.

Ainda não há uma estimativa de quanto recurso público estará disponível para ações de prevenção e mitigação das emissões de gases de efeito estufa e de adaptação às mudanças climáticas. É necessário criar uma metodologia que estabeleça relações entre indicadores de diversas áreas da gestão. “Quando a metodologia estiver fechada poderemos demonstrar aproximadamente quanto é investido. E balizar com os indicadores”, afirmou Dennys Bandeira, um dos gestores da Seplan responsáveis pela inclusão dos orçamentos temáticos na agenda pública do Acre. Já foi criado o “Orçamento Criança e Adolescente (OCAD) e Orçamento Sensível ao Gênero (OSG).

A Secretaria de Estado de Planejamento estima que a cada evento extremo o Estado do Acre tenha um prejuízo de cerca de R$ 15 milhões. Ter previsto um “Orçamento Climático” respalda o próprio Governo executar ações que previnam alguns problemas ou façam adaptações com o objetivo de diminuir essa perda de recurso público.

Não é um conceito muito simples de apreender. Deve exigir um esforço de Comunicação por parte do Estado e uma sintonia fina com a Assembleia Legislativa.

“É importante notar que o conceito de orçamento climático ainda está em evolução no Brasil, e a sua incorporação nas leis orçamentárias pode ocorrer de forma gradual, inicialmente por meio de menções e prioridades temáticas, até o desenvolvimento de estruturas orçamentárias mais específicas para ações climáticas”, afirma Dennys Bandeira, da Seplan.

Até o Governo Federal também está, aos poucos, absorvendo essa ideia e incorporando isso ao Orçamento Público. 

A Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) para 2025 do governo federal (Lei nº 15.080/2024), embora não traga uma seção específica sobre “orçamento climático”, estabelece como prioridade o “enfrentamento da emergência climática”. 

Essa versão da LDO reflete a preocupação do Governo Federal em direcionar recursos para essa área, estabelecendo prioridades na política de aplicação dos recursos pelas agências financeiras oficiais de fomento.

O Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA) para 2025 do governo federal já demonstra uma crescente preocupação com a emergência climática. O PLOA 2025 prevê um valor recorde de R$ 21,2 bilhões para projetos de mitigação das emissões de gases de efeito estufa (GEE) e de adaptação às mudanças climáticas, que também se aplicam às medidas de adaptação às mudanças climáticas voltadas a minimizar os impactos de secas e inundações.

“Com a incorporação de dispositivo legal para priorização de Orçamento Climático na proposta do PLDO 2026, o Acre dá um passo efetivo no enfrentamento às mudanças climáticas, por considerar diretriz transversal no planejamento orçamentário do Estado do Acre, devendo ser integrado a todas as políticas públicas setoriais, por meio de um processo amplo de diálogo e fases paulatinas de regulamentação e implementação”, reforça o gestor.

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