Instrutor de montaria no Acre aponta desafios para valorização do esporte equestre no estado

Sem apoio público e com custos elevados, esporte equestre sobrevive no Acre graças à paixão dos praticantes e iniciativas privadas.

Luiz Eduardo Souza
Falta de apoio ao esporte prejudica o cenário da montaria no Acre. Foto: Luiz Eduardo

O esporte equestre ainda enfrenta muitos obstáculos para se popularizar no Acre. A avaliação é de Glendson Mesquita, instrutor de montaria e de provas de três tambores, que destaca a falta de incentivo e o alto custo como principais barreiras para quem quer se manter na atividade.

“Essas competições com cavalo já não são tão populares no Brasil. Aqui no Acre, qualquer esporte tem dificuldade, mas o equestre em especial”, explica Glendson. Ele observa que, enquanto o rodeio ainda tem alguma visibilidade, modalidades como as provas de tambor acabam ficando em segundo plano.

O instrutor afirma que a base do problema está na falta de apoio institucional e na ausência de políticas públicas específicas para o setor. “Tem apoio? Tem. Mas é pouco. Falta divulgação, falta incentivo de verdade. Tudo no esporte equestre é privado. Não tem nada que venha do governo para ajudar”, critica.

Além da ausência de apoio oficial, Glendson chama atenção para o custo elevado de manter um cavalo de competição. Segundo ele, além da ração e da hospedagem em baias, o proprietário precisa arcar com gastos fixos como casqueamento, ferrajamento, treinador e, eventualmente, atendimento veterinário. “Só para manter um cavalo saudável, preparado para competição, o custo mensal é alto. E se surgir uma emergência, como uma cólica ou lesão, o valor dispara”, relata.

Ele cita o caso de uma égua que está lesionada há mais de 30 dias, exigindo tratamento veterinário constante, transporte e estadia em outro haras. “Tudo isso vai somando. Se a pessoa não tiver condição financeira, ela sai no primeiro mês”, alerta.

Glendson acredita que o incentivo governamental poderia vir através de programas que cadastrassem haras e escolas equestres, oferecendo isenção de impostos ou subsídios para reduzir os custos. “Se cada haras tivesse apoio com base em uma regulamentação, já seria um avanço imenso”, sugere.

Para ele, a valorização do esporte equestre passa também pela melhoria das premiações em campeonatos. “Enquanto no rodeio tem até carro ou moto como prêmio, nas provas com cavalo quase não tem retorno financeiro. Isso desanima os atletas e cria um ciclo de desvalorização.”

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