O presidente da Associação do Pequeno e Médio Produtor da Transacreana, José Augusto, se manifestou contra o recente aumento na pauta fiscal do boi no Acre, afirmando que a medida prejudica diretamente os pequenos e médios criadores, que têm na venda de bezerros e bezerras sua principal fonte de renda. Segundo ele, o valor da pauta subiu de R$ 1.250 para R$ 1.680, com previsão de chegar a R$ 1.850 até o fim do mês, o que inviabiliza a comercialização interestadual.
“Isso está sufocando o pequeno e o médio produtor. O bezerro não vai sair do estado. As plantas frigoríficas e os grandes produtores querem comprar barato e lucrar mais, mas quem paga a conta somos nós, que criamos o gado”, disse José Augusto.
Ele argumenta que o atual modelo de comercialização beneficia apenas os frigoríficos, que compram bezerros a preços baixos e vendem o boi gordo com altas margens. “Queremos participar desse jogo de forma justa. Frigorífico é importante, grande produtor também, mas têm que valorizar quem produz o bezerro que alimenta essa cadeia”, afirmou.
Além da crítica à pauta fiscal, José Augusto também denunciou a situação precária dos ramais da região, que dificultam ainda mais a vida dos produtores rurais. Ele reclamou da falta de orçamento para a manutenção das estradas vicinais, afirmando que a Secretaria Municipal de Agricultura sequer tem verba para comprar marmitas para os operadores de máquinas.
“O governo do estado tem orçamento de R$ 12 bilhões, e destinou só R$ 100 milhões ao Deracre. Isso mostra a falta de prioridade. Os ramais estão no pior estado que já vimos”, criticou.
José Augusto espera que a Assembleia Legislativa e o governo do Estado abram espaço para diálogo e encontrem um caminho que permita a sobrevivência dos pequenos e médios produtores no campo.