Raimundo Ferreira, de 52 anos, é piscicultor em Senador Guiomard e há cinco anos decidiu investir na criação de peixes de couro. No sítio da família, ele mantém tanques com pirarucu e surubim, duas espécies valorizadas no mercado pela qualidade da carne e pelo alto valor agregado.
O trabalho, no entanto, exige dedicação e estrutura. “É um manejo mais exigente. Tem que cuidar da qualidade da água, controlar a alimentação e ficar atento à saúde do peixe. Se um adoece, pode comprometer o tanque todo”, explica Raimundo.
Na hora de vender, as dificuldades aumentam. Sem estrutura de beneficiamento por perto, ele depende de atravessadores para escoar a produção. “Eu até consigo vender, mas o lucro é baixo. Se tivesse um frigorífico aqui por perto, dava pra ganhar mais e alcançar outros mercados”, diz.
O transporte também é um obstáculo. Como o sítio fica em área de difícil acesso, há períodos em que o caminhão não consegue chegar. “O peixe precisa de alimentação todo dia. Não dá pra parar. E quando a estrada não ajuda, a gente fica no prejuízo.”
Mesmo diante dos desafios, Raimundo segue investindo na atividade. “É um peixe valorizado, tem mercado. O que falta é apoio pra gente conseguir crescer e vender melhor.”