No coração do Acre, em uma área de terra no ramal Granada, município de Acrelândia, nasceu uma história de dedicação, trabalho árduo e amor pela terra. Desde que chegou ao estado em 1998, Vanderlei Lara, mais conhecido como Zinho, aos poucos vai construindo um legado firme e com bons resultados. Hoje, ele é um dos grandes destaques na produção de café no estado, criando uma referência que brotou da persistência e do sonho de cultivar o próprio café. No passado, ainda jovem, ele trabalhava como diarista, mas nunca abandonou o sonho de ser dono do próprio negócio.
Zinho ocupa 22 hectares de sua propriedade com lavouras que crescem fortemente. Frequentemente, a localidade recebe grupos de pequenos produtores de outras cidades, como a de agricultores do município de Senador Guiomard, que buscavam informações para implementar a lavoura no município vizinho. A experiência do grupo no viveiro, com mais de 300 mil mudas de variadas espécies, animou os visitantes. “Vim pegar uma experiência melhor sobre o café. A gente está começando agora. Minha área é de cinco hectares. Quero aproveitar metade dela para plantar café”, conta Ezequiel Machado, produtor rural do Quinari.
A área de produção é dividida em hectares com mudas definidas de acordo com a necessidade do mercado. Uma delas está arrasada, com os ingredientes certos para receber novas mudas, sinal de que o trabalho está dando certo, um sinal que a nova safra será ainda maior.
Uma parte do maquinário é própria, mas o produtor conta com o apoio da Prefeitura de Acrelândia, nos períodos de colheita,
Zinho conta atualmente com cinco funcionários, mas prevê triplicar esse número nos próximos dias. A razão? A expectativa de uma safra recorde.
“Estou achando que, na média, vou conseguir 100 sacas por hectare, o que supera nossa expectativa para esse início de ano”, afirma ele, sorrindo, orgulhoso, enquanto segura galhos carregados de grãos maduros, o símbolo mais puro do seu esforço.
A produção de Zinho é, acima de tudo, familiar. Ele carrega na memória e nas mãos os ensinamentos dos pais, que sempre viveram da lavoura. Essa herança é visível em cada detalhe do processo, feito com cuidado artesanal e respeito à natureza.
O reconhecimento veio não só do mercado, onde a saca do seu café pode atingir até R$ 2,2 mil, dependendo da época do ano, mas também de prêmios importantes. Eliana Manzolli, entusiasta da família, parceira de vida e de trabalho, fala com orgulho da conquista que atesta a qualidade do café acreano. “Depois de duas premiações no estado, mandei uma amostra do nosso café para Belo Horizonte e ficamos entre os vinte melhores cafés do Brasil. Foi emocionante. Estou muito feliz”, conta ela, com brilho nos olhos.
Todo o café produzido por Zinho tem venda garantida no mercado interno. Além disso, uma parte da produção já alcança outros estados e até o mercado internacional, incluindo a China. O processo de industrialização para exportação exige novos padrões e certificações, mas o produtor afirma com confiança: está pronto para os novos desafios.
☕ Top 10 Produtores de Café (sacas) – Safra 2024/2025
Posição | Estado | Volume (sacas) |
---|---|---|
1 | Minas Gerais | 28.060.000 |
2 | Espírito Santo | 14.000.000 |
3 | São Paulo | 5.440.000 |
4 | Bahia | 3.100.000 |
5 | Rondônia | 2.540.000 |
6 | Paraná | 675.100 |
7 | Rio de Janeiro | 354.500 |
8 | Mato Grosso | 270.900 |
9 | Goiás | 252.500 |
10 | Amazonas | 14.800 |
Fonte: CONAB – Safra 2024/2025
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Texto e vídeo: Kennedy Santos