Enquanto muitos jovens deixam a zona rural em busca de oportunidades na cidade, Gabriel Silva fez o caminho inverso: ficou. Nascido e criado em um ramal de Xapuri, ele tem 22 anos e decidiu seguir na roça, cultivando banana, criando galinhas e ajudando os pais a transformar a pequena produção familiar em sustento digno e estável. “Aqui é onde eu cresci. Eu aprendi a valorizar o que a terra dá, e hoje sei que é possível viver disso com dignidade”, diz, com firmeza.
Gabriel começou ajudando o pai ainda criança. Aos poucos, passou a entender mais sobre manejo, vendas e produtividade. Foi ele quem sugeriu vender as galinhas e os ovos direto para clientes da cidade, por aplicativo de mensagem. Também passou a diversificar a produção, apostando em hortaliças e pimenta. “A gente não pode plantar só o que é mais fácil. Tem que pensar no que o povo quer comprar”, explica.
Mesmo com desafios como estrada ruim e falta de assistência técnica, Gabriel diz que não pretende sair do campo. “Aqui eu sou dono do meu tempo, trabalho com minha família e vejo o que a gente produz alimentando outras famílias. Isso vale muito.” Sua escolha mostra que o campo acreano ainda pulsa — e que o futuro também pode nascer da terra.
