O Campus Agrícola Transacreana, do Instituto Federal do Acre, foi inaugurado há um ano. É um período muito curto de atuação: desautoriza qualquer tipo de avaliação ou cobrança. Transferidos da unidade do Aeroporto Velho para um local mais adequado ao Ensino Rural, alunos e professores podem pensar melhor que tipo de formação priorizar.
Nesse quesito, é bom reforçar algumas ideias para que a direção não caia em armadilhas. Na formação da juventude de 10 mil famílias da região da Transacreana, a direção do instituto precisa entender o lugar em que estão os 450 hectares de terra que agora lhe pertencem.
A agricultura daqui é, sobretudo, de base familiar. No processo educacional, isso precisa não apenas ser reforçado. Isso precisa ser valorizado. Seria um retrocesso o Governo Federal ter montado uma rede Rede de Educação Profissional, Científica e Tecnológica, inicialmente com 140 unidades e expandido para 700, para que a Geografia e a Cultura dos alunos deste campus não fossem respeitadas.
Formalmente, esse é um risco que está distante. Ao menos nesse início de trabalho. Com apenas um ano de atuação, os alunos do Ensino Médio integrado do Campus Agrícola Transacreana têm acesso aos cursos técnicos em Alimentos e em Recursos Pesqueiros, cursos técnicos subsequentes em Agroecologia e Zootecnia e pós-graduação lato sensu em Agricultura Familiar. É uma grade refinada.
Com capacidade de atender 1,4 mil estudantes, o Campus Agrícola Transacreana tem o desafio de qualificar e transformar as demandas da classe trabalhadora rural. Os pais dessa juventude que hoje estuda nesta escola lutam para conseguir ramais e pontes para escoar uma produção cheia de sofrimento e insistência.
Essa juventude terá condições de avançar na melhoria do trabalho do cooperativismo e do associativismo; terá também condições de criar um ambiente em que o trabalho de base familiar poderá se vincular à criação de pequenas indústrias rurais, algo impensável com a atual infraestrutura da região.
O antigo Colégio Agrícola respondeu por um tempo. A Escola da Floresta cumpriu o papel importante, mas, com uma proposta que não foi continuada, acabou sucumbindo à pior das armadilhas da gestão pública: a falta de continuidade. Nesse primeiro ano de atuação do agora Campus Agrícola Transacreana, o desafio é formar jovens na defesa de uma agricultura em bases sustentáveis, tanto no aspecto ambiental quanto econômico.