A criação de abelhas vem conquistando espaço nas discussões sobre sustentabilidade, geração de renda e preservação ambiental. Na zona rural de Xapuri, no Acre, o pecuarista Fábio Medeiros é exemplo de criador de abelhas.
Há cerca de dois anos, Fábio deu seus primeiros passos na apicultura e na meliponicultura. Hoje, ele, com o apoio da Associação Acreditar, cuida de 50 caixas de abelhas com ferrão, principalmente da espécie Apis mellifera, conhecida por sua alta produtividade, e de 30 caixas de abelhas sem ferrão, como jataí, uruçu e mandaçaia — espécies nativas da região e fundamentais para a polinização de plantas do bioma amazônico, que vivem na Reserva Extrativista Chico Mendes.
A iniciativa é desenvolvida em parceria com a Associação Acreditar, que reúne atualmente 19 cooperadores envolvidos no meliponário. Todo o mel produzido é dividido igualmente entre os participantes.
Segundo Fábio, o investimento inicial foi modesto para a criação das abelhas com ferrão, em torno de R$ 2 mil. Já as abelhas sem ferrão exigiram um aporte maior, cerca de R$ 10 mil. “Elas são mais fáceis de manejar e produzem um mel até dez vezes mais caro, medicinal, e sabor diferenciado, por isso o custo é mais alto”, explica o pecuarista.
Apesar do sucesso do projeto, os trâmites legais para a comercialização do mel ainda estão em andamento. A expectativa é que, até outubro de 2025, seja inaugurada a primeira Casa de Mel da associação, o que permitirá a venda formal dos produtos e abrirá novas oportunidades de renda para os cooperados. Sendo esse, o objetivo do idealizador, Fabio Medeiros.
A médica-veterinária Edna da Costa destaca a importância da iniciativa. “A apicultura e a meliponicultura são atividades sustentáveis que desempenham um papel muito importante na preservação ambiental e na biodiversidade existente em nosso território. As abelhas são agentes polinizadores que ajudam na reprodução de plantas e no reflorestamento de áreas degradadas. É muito bom ver alguém como o Fábio, olhando com carinho para essa causa”.
