A inauguração do Complexo Industrial do Café, prevista para acontecer “na próxima florada” (entre fim de abril e início de maio), marca um movimento que vem ganhando força no Acre: a descentralização dos investimentos na Capital. Isso não é novidade. E tem muitos aspectos positivos.
Dois fatores são importantes destacar que provocam essa migração de capital para o interior do Acre: o protagonismo que a Agricultura tem registrado e o gigantismo do Legislativo Federal que se apoderou do Orçamento.
É verdade, no entanto, que Pólos Moveleiros ou articulações para criação de indústria de beneficiamento de frutas, ou usinas de beneficiamento de castanha são velhas conhecidas da agenda econômica local.
O que atrai, portanto, capital para o interior do estado não são os investimentos privados. São os interesses políticos da bancada federal, capilarizados, nem sempre em consonância com algum projeto de crescimento econômico planejado por parte do Executivo. Quando a chegada de emendas parlamentares no interior se relaciona com a força da agricultura de base familiar, sem estar inserida em um Plano de Governo, podem ser gerados espaços e adquiridos aparelhos que não se sustentam com o tempo.
O Complexo Industrial do Café vem nesse cenário de mudança de migração de capital. Mas, ao que tudo indica, é resultado, tecnicamente, de uma demanda genuína: primeiro aconteceu o movimento de produção da cultura do café na região. E agora a instalação de um complexo com capacidade de deixar o produto em condições de ser exportado.
Primeiro veio a demanda do agricultor que sentiu a necessidade da estrutura, empolgado pelo bom momento porque passa a commodity; depois vem o poder público dando o suporte para a cadeia produtiva.
Politicamente, o Complexo Industrial do Café é fruto da articulação de uma das diretoras da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), Perpétua Almeida. Investimento anunciado é de R$ 6 milhões