Faeac defende fortalecimento do FNO para investimentos com juros subsidiados

Proposta será defendida em encontro regional organizado pela CNA em Belém no dia 28 de março

Itaan Arruda
Confederação Nacional da Agricultura debate mudanças no Plano Safra em todo país

A Federação da Agricultura e Pecuária do Acre (Faeac) vai participar (provavelmente, via remota) do debate que a Confederação Nacional da Agricultura realiza em todas as regiões do país para discutir o Plano Safra. No Norte, os debates acontecem em Belém, no próximo dia 28 de março.

O Fundo Constitucional do Norte (FNO) é o ponto de defesa da Faeac. “Precisamos de recursos de investimentos a juros equalizados, subsidiados. Isso é fundamental”, afirmou o presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Acre, Assuero Veronez.

A Faeac contesta aquilo que chamou de “mudança de postura” do Banco da Amazônia (instituição financeira responsável pela liberação dos recursos do Fundo Constitucional do Norte) em relação aos critérios que passou a adotar.

Veronez lembra que a instituição financeira passou a diminuir o prazo de carência dos financiamentos e o prazo para a quitação das dívidas por parte dos produtores. “Isso dificulta. Dessa forma, o banco da Amazônia está preparando o campo para a inadimplência lá na frente”.

O superintendente do Banco da Amazônia discorda. “A percepção é equivocada. Os parâmetros de prazo e carência ainda são os mesmos estabelecidos dentro do FNO”, assegurou Edson Souza. “O que sempre foi feito e que alguns clientes têm sentido é que a carência ela é dada conforme o tempo de maturação do processo de crédito e o prazo total da operação também é em conformidade com o payback [pagamento]. Então, quando o banco faz a análise da operação de crédito, ele avalia qual o tempo médio de retorno e nisso o banco acaba pondo lá o prazo de pagamento”.

O superintendente lembra também que o sistema faz a diferença entre os clientes que já estão com um histórico positivo com o banco em uma atividade econômica consolidada com os que estão pleiteando financiamento pela primeira vez. Os prazos e carência passam a ser observados de maneira diferenciada em função do histórico.

As percepções do presidente da Faeac e do superintendente do Banco da Amazônia no Acre já são demonstrações evidentes de que o debate da Confederação Nacional da Agricultura precisa ocorrer. É uma necessidade que pode reconfigurar as estruturas financeiras à disposição do produtor.

Investimento X Custeio

O produtor acreano (a palavra “produtor” aqui remete à ideia de um profissional da agricultura com algum capital instalado em uma propriedade, com titulação reconhecida) precisa ter acesso, no Plano Safra para “investimento”. Não é recurso para custeio. Essa é a defesa da Federação da Agricultura e Pecuária do Acre.

A Faeac entende que as demais regiões do país têm um histórico de mais de 500 anos de atividade econômica. O Norte, apontando como uma nova fronteira de expansão agrícola, tem muitos problemas a resolver, com destaque para a regularização fundiária e regularização ambiental (especificamente às áreas de embargo e passivos ambientais e os problemas relacionados ao Cadastro Ambiental Rural).

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Itaan Arruda. Jornalista. Foi correspondente no Acre dos jornais Gazeta Mercantil Amazonas e O Estado de S. Paulo e repórter do jornal A Tribuna. Atuou na Secretaria de Estado de Comunicação nas gestões de Jorge Viana e Binho Marques. Foi repórter do jornal A Gazeta, editor do site agazeta.net e apresentador da TV Gazeta, afiliada à Record TV no Acre. Produziu e apresentou o programa de rádio "Voz do Povo", na Rádio Cidade. Atuou também como redator do site ac24horas. Hoje, é repórter do site ac24agro.
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