Associação Floresta com Abelhas oferece cursos em seringais próximos à Capital

Crianças aprendem sobre abelhas sem ferrão e o impacto da meliponicultura na preservação ambiental e geração de renda.

Itaan Arruda
Atividade impulsiona renda de pequenos produtores, fortalece a conservação da floresta e ganha destaque nacional com prêmio de melhor mel do Brasil em 2024/ Foto: Arquivo Pessoal

A Associação Floresta com Abelhas: Plantando o Futuro inicia em junho um trabalho comunitário em seringais e comunidades agrícolas próximas a Rio Branco. A ação é feita em parceria com o Governo do Acre e com o banco alemão KFW (uma espécie de BNDES da Alemanha), por meio do programa REM. Inicialmente, 100 famílias participam das atividades. 

O trabalho dessa associação atua em duas frentes: a de impacto de curto prazo guarda relação com a geração de renda com a oferta de cursos de produção de sabão caseiro; sabonete de mel; curso de música; culinária; carpintaria; iniciação à informática; curso de Educação Ambiental e empreendedorismo.

O curso de produção de sabão, por exemplo, exige insumos extraídos do consumo dos próprios moradores. O acúmulo dos óleos utilizados na alimentação vai servir como base para as orientações. E os moradores já reuniram quantidade suficiente para o início das aulas.

“O curso já nasce forte porque surgiu de dentro da própria comunidade”, alegra-se a médica veterinária Maria Edna Rodrigues Costa. Ela é a responsável técnica dessa intervenção comunitária.

Junto a ela estão o farmacêutico-bioquímico Artagnan Cícero Costa e a co-autora do projeto, Vera Gurgel, agrônoma. Gurgel vai ministrar uma oficina sobre Empreendedorismo. Todos são voluntários. O grupo tem o reforço de parcerias importantes como a Escola ABC, Fazenda Filipinas, Emater e Seagri.

Esse é um aspecto do projeto. Mas existe um outro. Mais estratégico e de médio e de longo prazo. Não guarda relação direta com geração de renda ou formação. Tem relação com a sustentabilidade ambiental. A meliponicultura (criação de abelhas sem ferrão) é um instrumento de rara eficácia no processo de polinização de plantas cultivadas e nativas.

Falando de uma maneira mais simples: as abelhas são uma espécie de “jardineiras” naturais. E isso ajuda na composição de uma floresta. É este perfil de trabalhar efetivamente com o conceito de sustentabilidade ambiental, associado a aspectos econômicos que garantiu apoio do programa REM.

O grupo também inicia trabalho com meliponicultura com os indígenas manchineri na região de Assis Brasil. Serão construídas caixas com meliponas personalizadas.

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