No quilômetro 160 da Estrada Transacreana, no Ramal Nova Olinda, aproximadamente 300 famílias estão vivendo uma rotina de insegurança generalizada. São três frentes de violência: conflito agrário, comercialização da castanha feita por atravessador, e abuso de autoridade. Além disso, os agricultores não têm assistência técnica e os ramais são, praticamente, intrafegáveis. Viver no Ramal Nova Olinda é negócio muito perigoso. O clima é tenso na região.
Há quatro grandes seringais na região: Seringal São Sebastião; Seringal Porongaba; Seringal Ipiranga e Seringal Sacador. É no Seringal Sacador onde está havendo um conflito agrário envolvendo aproximadamente 60 posseiros.
E foi justamente por conta desse conflito agrário que um delegado de Sena Madureira foi até o local com uma ordem judicial para fazer cumprir a retomada de posse da área.
“Acontece que o delegado foi no local errado. Ele foi agredir as famílias do Seringal São Sebastião e Porongaba que não têm nada a ver com o problema”, disse o presidente do Sindicato dos Trabalhadores Extrativistas e Assemelhados, Josimar Ferreira do Nascimento. “Ele apreendeu celulares, motoserras, invadiu a casa das pessoas com a maior truculência. Os trabalhadores denunciaram. Eu tomei as providências e estou indo pessoalmente à região”.
O presidente do sindicato procurou o Ministério Público para formalizar a denúncia. O MP orientou que o representante dos trabalhadores procurasse a Corregedoria da Polícia Civil. “O corregedor disse que vai chamar o delegado envolvido e exigir que ele devolva os materiais apreendidos.
Castanha_ A comercialização de castanha passa por um momento difícil, apesar de o método ser velho: o atravessador está fazendo com que o extrativista volte cem anos na relação econômica. “Estão monopolizando o comércio da castanha na região e pagando um preço injusto”, indignou-se Josimar Nascimento, do Sinpasa. “A compra da castanha é feita pela família Diniz”.

Os problemas que o Sinpasa denuncia expõem uma série de falhas do Governo do Acre. Da Segurança Pública à falta de política de preço para a comercialização dos produtos extrativistas.
Outros dois fatores que Josimar Nascimento sempre destaca são: falta de assistência social e falta de Educação. “Os produtores não não têm uma máquina para beneficiar o arroz e nem o milho. Tem gente debulhando o milho na mão, como há cem anos”, afirma. “E a Educação é outro problema. Tem casa aqui que pai, filho e neto todos são analfabetos”.