Frete agrícola entra em acomodação, mas gargalos persistem

Queda na demanda reduz preços em várias regiões, mas entraves estruturais e custos elevados seguem pesando sobre o transporte de grãos, especialmente no Norte e no Acre

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O mercado de fretes rodoviários agrícolas apresentou queda generalizada em diversas regiões do país, marcando a transição do período de pico logístico para uma fase de menor demanda. Segundo a Conab, o recuo está associado ao fim do escoamento das principais safras e à redução da necessidade de transporte de grãos.

Apesar da retração nos preços, o setor ainda enfrenta desafios estruturais. Em estados produtores do Centro-Oeste, o tabelamento do frete rodoviário tem provocado distorções no mercado, dificultando a alocação eficiente de caminhões e desestimulando viagens de longa distância. Com isso, há maior concentração do transporte em rotas mais curtas e gargalos no escoamento de grandes volumes, especialmente de milho.

Na Região Norte, os efeitos desses gargalos são sentidos nos corredores que ligam áreas produtoras aos portos do Arco Norte. Mesmo com menor fluxo em determinados períodos, a logística segue pressionada pela dependência do transporte rodoviário e pela necessidade de integração com modais hidroviários e ferroviários.

No Acre, onde a logística é um dos principais entraves ao desenvolvimento agropecuário, o comportamento do frete em nível nacional influencia diretamente o custo de vida no campo. A queda nos preços em outras regiões nem sempre se reflete localmente, devido às longas distâncias, às condições das rodovias e à dependência quase exclusiva do modal rodoviário. Ainda assim, a expectativa de maior oferta de grãos e acomodação do mercado pode trazer algum alívio para produtores acreanos nos próximos meses.

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