O Acre está entre os estados alcançados pela Operação Caixa-Forte 2, deflagrada pelo Ibama para interromper o fluxo de crédito rural destinado a propriedades inseridas em áreas com desmatamento ilegal na Amazônia. A ação tem como meta enfraquecer o elo financeiro da cadeia de destruição ambiental, reduzindo o incentivo econômico aos crimes ambientais e combatendo a concorrência desleal no setor agropecuário.
As fiscalizações ocorreram em bancos e fazendas de 36 municípios distribuídos entre Acre, Amazonas, Maranhão, Mato Grosso, Pará, Roraima, Rondônia e Tocantins. Com base em registros fundiários, imagens de satélite, dados de embargos e operações de crédito rural, o Ibama aplicou 19 autos de infração, totalizando R$ 11,2 milhões em multas a duas instituições financeiras e seis produtores rurais.
Ao todo, a operação identificou 98 contratos de crédito irregulares, concedidos por 40 agências ligadas a quatro instituições financeiras, destinados a 50 fazendas. Esses financiamentos somaram cerca de R$ 25 milhões, sendo 83% voltados à pecuária e 17% à agricultura, todos em desacordo com o Manual de Crédito Rural, que proíbe empréstimos para propriedades embargadas por desmatamento ilegal.
Os casos foram encaminhados ao Banco Central, responsável por apurar a conduta dos bancos envolvidos e que poderá exigir a devolução antecipada dos créditos concedidos. As informações também serão compartilhadas com órgãos de investigação e poderão embasar processos criminais.
Esta é a segunda edição da Operação Caixa-Forte. A primeira, realizada em março de 2025, no Cerrado, resultou em R$ 4,8 milhões em multas. A nova etapa ocorre em um cenário de redução contínua do desmatamento: entre agosto de 2024 e julho de 2025, os dados do Inpe apontam queda de 11,08% na Amazônia e de 11,49% no Cerrado. O governo federal mantém como meta zerar o desmatamento até 2030.
