Com a chegada de setembro, o Acre começa a viver a safra da bacaba, uma das frutas nativas mais tradicionais da região amazônica. Conhecida pelo tom roxo intenso e pelo sabor marcante, a bacaba se transforma em bebida, doce e fonte de renda para muitas famílias que vivem do extrativismo e da agricultura familiar.
O fruto nasce em grandes cachos nas palmeiras, comuns nas matas de várzea e beira de igarapés. A colheita é feita de forma manual, geralmente entre setembro e dezembro, quando os cachos estão maduros e apresentam a cor característica que vai do vinho ao roxo-escuro.
Da polpa, extraem-se produtos típicos como o vinho de bacaba, bebida espessa e nutritiva consumida com farinha ou açúcar, muito popular nas zonas rurais do estado. Além do sabor, a bacaba é rica em antioxidantes, ferro e vitaminas, o que a torna um alimento de alto valor nutricional.
Nos últimos anos, o fruto tem despertado interesse também fora da floresta. Pequenos produtores e cooperativas vêm apostando na comercialização de polpas congeladas, ampliando o acesso ao produto nos centros urbanos e gerando renda extra durante o segundo semestre do ano.
Por ser uma espécie nativa, a bacaba também tem papel importante na conservação ambiental, já que sua coleta sustentável incentiva a manutenção das áreas de floresta e garante alimento para aves e outros animais silvestres.
Mais do que um símbolo da biodiversidade acreana, a bacaba representa o equilíbrio entre produção e preservação — um exemplo de como os recursos da floresta podem gerar sustento sem destruir a natureza.