Frigoríficos geram 3 mil empregos diretos no Acre

Dos 25 frigoríficos em operação no estado, 22 são para abates de bovinos, sendo quatro sifados

Frigoríficos acreanos empregam mais de 3 mil trabalhadores e enfrentam desafio com a saída crescente de bois para outros estados.

A saída de quase 250 mil bovinos do Acre nos oito primeiros meses de 2025 acendeu um sinal amarelo na administração de parte dos 22 frigoríficos que operam no Acre. Ainda não foi dito claramente por nenhum empresário, mas percebe-se que a manutenção de parte dos três mil empregos diretos que o segmento gera pode estar ameaçada.

O raciocínio dos empresários é simples: governos não têm que interferir diretamente na composição de preço da arroba. “Não compete ao Governo intervir em preço. O mercado se regula”, afirma o presidente do Sindicato das Indústrias de Frigoríficos e Matadouros do Estado do Acre (Sindcarnes), Murilo Leite. “Agora, esse negócio do diferencial de preço [da arroba] ele vai existir em relação a São Paulo porque aqui nós estamos a três mil quilômetros dos grandes centros consumidores e uma mercadoria que está sendo comercializada a dois mil e duzentos reais, sendo cobrado imposto de mil e quinhentos reais”. O Acre é onde o produtor de carne recebe o menor preço por arroba no país.

O cálculo do presidente do Sindcarnes retoma um debate acalorado que houve no início do ano. Para o setor frigorífico, o Governo do Estado está abrindo mão de receita e ajudando a consolidar a geração de emprego e renda fora do Acre.

“Trata-se de uma política de Governo: se o Governo quer manter as indústrias locais com pleno emprego e pleno funcionamento ou se é política do governo que o Estado do Acre seja fornecedor de matéria prima para outros estados”, expôs Leite.

No Acre, estão em operação 25 frigoríficos e abatedouros (22 de bovinos; 1 de  suíno; 1 de aves e 1 de caprinos e ovinos). Dos 22 de bovinos, quatro são sifados. Os empresários estão em processo de ampliação da capacidade de abate com investimentos de mais de R$ 120 milhões. Além disso, o trabalho de órgãos como a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex) está abrindo novos mercados para a carne acreana.

A rotina no interior do Acre é de caminhões sendo carregados diariamente, escoando bois para outros estados do país. O alívio momentâneo para o produtor de carne é uma ameaça para a sustentabilidade da cadeia produtiva ao longo do tempo. Quase 250 mil bois em oito meses é uma quantidade sem precedentes.

No Fórum Empresarial de Desenvolvimento e Inovação, no início do ano, ficou estabelecido que o Estado iria fazer reavaliações em relação à pauta do boi quando se chegasse em 150 mil cabeças.

O espaço sempre continuará aberto para que a Secretaria de Estado da Fazenda Pública se pronuncie sobre o assunto.

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No interior do Acre, carretas são carregadas diariamente para levar bois para serem abatidos em outros estados
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