Aumentou em 92% a saída de bovinos vivos do Acre para outros estados do país, no primeiro semestre de 2025, comparado ao mesmo período do ano passado. Entre janeiro e junho, saíram 173.992 animais. Em 2024, foram 90.696. Os dados são do Boletim Técnico da Federação da Agricultura e Pecuária do Acre (Faeac).
Um detalhe chama atenção: a maior parte dessa saída foi para produtores diferentes. “Em relação à natureza das transações, observou-se uma redução de 43% nas transferências de mesma titularidade, enquanto as transações comerciais entre produtores distintos cresceram 173%”, informa o boletim. “Isso sugere maior liquidez e dinamismo no mercado primário”.
Em valor real (sem contar o efeito da inflação), três municípios se destacam. Em ordem decrescente, Rio Branco comercializou R$ 4,81 milhões nos primeiros seis meses de 2025. Senador Guiomard comercializou R$ 3,02 milhões e Acrelândia R$ 2,78 milhões.
Lideranças do setor industrial observam com desconfiança esses números. Lembram que houve um comprometimento por parte da Secretaria de Estado de Fazenda em providenciar novas intervenções na “pauta do boi”, caso a saída de boi vivo alcançasse 150 mil cabeças.
Os números do segmento industrial fazem um recorte temporal mais amplo. Abarcam os oito primeiros meses de 2025. Pelos números do Sindicato das Indústrias de Frigoríficos e Matadouros do Estado do Acre, que tem como referência dados do Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal do Acre (Idaf), entre janeiro e agosto de 2025, já saíram 245 mil bovinos do Acre. Ano passado, de janeiro a dezembro, saíram 209 mil animais.
O segmento dos frigoríficos entende que esse volume de saída não é um problema apenas para a indústria. É um problema para a cadeia produtiva da carne de maneira integral. Embora, segundo dados do Boletim Técnico da Faeac, o estoque bovino do Acre tenha alcançado 4,52 milhões de cabeças em 31 de agosto e o abate tenha registrado 58.105 cabeças.