Acre sentirá efeitos indiretos do tarifaço norte-americano

Castanha e Madeira podem ser os segmentos mais atingidos. Associação Brasileira da Indústria de Madeira Processada Mecanicamente divulga nota tratando da dubiedade do tarifaço norte-americano

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Impacto do tarifaço norte-americano no mercado madeireiro do Acre ainda precisa ser melhor avaliado. (Foto: ac24horas)

Diferente de estados como Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Ceará, Piauí, o Acre não vai sentir diretamente os efeitos do tarifaço norte-americano. Ao menos, em cadeia produtivas mais consolidadas como agricultura, pecuária e extrativismo (madeireiro). 

Na Pecuária, não há nenhum frigorífico acreano autorizado a exportar para os Estados Unidos. Na Agricultura, a relação direta é maior com o mercado chinês. A madeira, de janeiro a novembro de 2024, exportou US$ 6,1 milhões, de acordo com o Sistema Oficial para Extração das Estatísticas do Comércio Exterior Brasileiro de Bens (Comex Stat). Os Estados Unidos é um tradicional cliente da madeira acreana.

A castanha é um produto que pode ser fortemente atingido, já que os Estados Unidos são um cliente assíduo. Mas, em 2025, “a natureza parece ter adivinhado a medida do presidente Trump”, brincou o superintendente da Cooperacre, Manoel Monteiro, referindo-se à safra baixa deste ano. Com pouca extração de castanha, a cooperativa teve que priorizar o mercado interno e as exportações ficaram, naturalmente, comprometidas. É um ciclo já conhecido da comercialização da amêndoa.

A Associação Brasileira da Indústria de Madeira Processada Mecanicamente divulgou nota tratando das tarifas norte-americanas e do protecionismo do mercado europeu. A Abimci entende que o setor vinha passando por um momento de estabilidade, mas que o tarifaço anunciado não é claro quanto ao processo de comercialização.

“O texto do documento publicado é dúbio e não deixa totalmente claro se esses produtos realmente não serão tarifados. No nosso entendimento, existem possibilidades desses produtos também receberem o acréscimo dos 40% anunciados”, diz a nota. A Abimci diz que segue monitorando as medias do governo norte-americano.

Para o Acre, a expectativa é que as frutas produzidas no Nordeste brasileiro possam chegar com preço menor. Mas ainda não há certeza quanto a este aspecto porque há produtores do Vale do São Francisco que avaliam nem ser viável a colheita das frutas, tamanho o impacto da sobretaxa norte-americana no segmento da fruticultura na região.

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