Durante entrevista ao ac24agro, na 50ª edição da Expoacre, no Parque de Exposições Wildy Viana, em Rio Branco, nesta quarta-feira, 30, o superintendente do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) no Acre, Ricardo Araújo, detalhou os desafios e avanços das obras rodoviárias no estado, com destaque para as BRs 364 e 317.
Logo no início da entrevista, Araújo revelou uma conversa com o presidente Lula sobre a BR-364. “O presidente perguntou qual é a solução para o Acre, porque ele já botou dinheiro naquela estrada. E aí a gente falou que a solução hoje é uma solução valorizando o maior produto que nós temos aqui no Acre, que é a população. Nós não temos uma estrada econômica onde você vai puxar algum produto”, pontuou.
O superintendente relatou que o presidente aprovou essa abordagem e que, apesar dos atrasos em licitações neste ano, há perspectivas de liberação de recursos com o descontingenciamento de R$ 20 bilhões pelo governo federal. “Desses R$ 20 bilhões que estão descontingenciando, provavelmente para o Ministério do Transporte deve ir uma importância de R$ 6 a R$ 7 bilhões. Com isso, a gente vai poder receber recursos. Isso está acontecendo no país inteiro, inclusive, em Rondônia na ponte de Candeias também”, afirmou Araújo.
Sobre a BR-317, Araújo explicou os transtornos causados pelas chuvas recentes e a resposta imediata do Dnit. “Estamos trabalhando ali naquele segmento de Brasileia – Assis Brasil. Fizemos um trabalho muito bem feito, estávamos fazendo uma troca de solo, aí veio a chuva, caiu uma chuva, provocou na hora, um caminhão que vinha com bastante carga, ele não atolou, ele descarregou e atravessou e aí deu um transtorno lá, mas a gente já está lá, estamos tirando esse problema, botando um forro com pedra e vamos jogar um material em cima pra proteger”, explicou.
Ao comentar o Projeto de Lei apelidado de “PL da Devastação”, aprovado no Congresso, Ricardo Araújo ponderou: “Essa PL em alguns pontos vai ser importante. O que falta na realidade é o planejamento. Todas as rodovias precisam ser planejadas, e o planejamento não se faz em 2, 3 meses. Você tem que estudar todos os impactos do entorno, é a água e a questão do melhor caminho”, pontuou.
Araújo também comentou o modelo de obras delegadas, defendido por Jorge Viana, e sua aplicação no passado. “Esse modelo na época funcionou bem, porque o Estado tinha obras delegadas. Na época, o Deracre fazia os projetos e cabia o DNER aprová-los. Hoje nós temos uma estrutura. O Dnit tem engenheiros do quadro. Trouxemos mais cinco engenheiros, dobramos a equipe”, ressaltou.
Sobre os projetos em andamento, destacou a ponte de Rodrigues Alves, cujos acessos também precisarão ser redesenhados devido ao avanço do rio. A expectativa é que o presidente Lula assine a ordem de serviço em sua visita ao Acre, prevista para 8 de agosto. “Temos que fazer não só a ponte, mas os seus acessos. Do lado de Rodrigues Alves está desbarrancando, o rio está comendo, vamos ter que fazer uma nova adequação. A ponte vai mudar sua posição, e esses estudos acabaram de ser feitos”, justificou.
Sobre o futuro da BR-317, o superintendente antecipou planos de ampliação e até duplicação, visando a integração econômica com o Pacífico. “Nós vamos fazer o alargamento dessa rodovia com acostamentos de 3 metros para cada lado, já prevendo uma duplicação. Ela é uma rodovia tão importante, o que está passando de máquinas pesadas sendo exportadas do Mato Grosso em direção ao Pacífico é mais barato, mais rápido, e isso já está acontecendo”, revelou.
Por fim, Ricardo Araújo defendeu que Brasileia deveria aproveitar o momento para um redesenho urbano. “A cidade tinha que crescer em direção a Assis Brasil. Infelizmente, com o assoreamento do rio Acre, a tendência é todo ano ter alagação ali”, finalizou.
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