Mesmo entre recordes de produção, Brasil ainda convive com a fome

País segue entre os maiores produtores e exportadores de alimentos do mundo, mas ainda tem 8,4 milhões de pessoas passando fome, segundo a FAO.

Programa Nacional de Alimentação Escolar fortalece agricultura familiar. (Foto: José Caminha/Secom)

O Brasil é um dos maiores celeiros do mundo. Bate recordes sucessivos na produção de grãos, lidera exportações de soja, café, carne e açúcar, e abastece dezenas de países. Ainda assim, milhões de brasileiros convivem com a incerteza de ter o que comer. De acordo com os dados mais recentes da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), 8,4 milhões de pessoas passaram fome no país entre 2021 e 2023 — o equivalente a 3,9% da população.

Esse índice mantém o Brasil, desde 2021, no Mapa da Fome da ONU — uma realidade da qual o país havia conseguido sair em 2014, após avanços importantes em políticas públicas de segurança alimentar e combate à pobreza. A presença no mapa representa que uma parcela significativa da população enfrenta insegurança alimentar grave, isto é, falta de acesso regular e suficiente a alimentos em quantidade e qualidade adequadas.

Apesar do cenário ainda preocupante, houve uma leve melhora em relação ao período anterior, de 2020 a 2022, quando a fome atingia 4,2% dos brasileiros. A redução, embora tímida, sinaliza o impacto de ações mais recentes de retomada de programas sociais e iniciativas de combate à miséria.

O contraste entre a fartura no campo e a escassez na mesa de milhões de famílias revela desigualdades profundas na distribuição de renda e nos mecanismos de acesso à alimentação. Em um país que alimenta o mundo, garantir comida no prato de todos ainda é um desafio urgente e estrutural.

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