Durante três dias, a aldeia Yawatxivan, na Terra Indígena do Rio Gregório, no Acre, reuniu lideranças indígenas de várias regiões, com a presença da deputada federal Célia Xakriabá (PSol/MG) e da ministra dos Povos Indígenas, Sônia Guajajara. O COParente foi um fórum de debates preparatórios para a COP30 que acontece em novembro em Belém.
A iniciativa conta com o apoio do Governo do Acre por meio da Secretaria de Estado dos Povos Indígenas, do Ministério dos Povos Indígenas, da Comissão Pró-Índio do Acre, do Fundo Socioambiental CASA, da Funai, Wild Foundation, da Wildlife Works e foi realizado pela Associação Sociocultural Yawanawá.
A programação cultural foi intensa e nos momentos de debate político, os grandes projetos de infraestrutura foram temas de constante preocupação, com destaque para a integração rodoviária com o Peru pelo Vale do Juruá e também a construção da ferrovia interoceânica, que sai da Bahia e chega ao Porto de Chankay, no Peru, passando pelo Acre. Para além das obras de infraestrutura, os debates foram muito mais amplos.
“O mais importante é esse debate vir para o território. Porque essa agenda ela nunca foi tratada de maneira descentralizada. Sempre participamos através de alguém convidado. E aqui se colocou na mesa o que é esse espaço da COP, e a oportunidade que a gente tem de chegar nesse lugar de forma articulada. Não de maneira individual, mas de maneira unificada”, afirmou Francisco Piñako, coordenador da Organização dos Povos Indígenas do Rio Juruá (Opirj).
A Universidade Federal do Acre também estava representada com a presença do pesquisador Foster Brown que apresentou os pontos mais graves das mudanças climáticas e os impactos para todos.
Principais pontos priorizados
Novas mobilizações contra o PL 2159/2021, chamado pelos presentes como o PL da Devastação.
União de forças. Construir uma posição conjunta entre os povos e organizações indígenas do Acre (e da região) sobre temas-chave da COP30: clima, biodiversidade, salva guardas, créditos de carbono e repartição de benefícios.
Preparação de representantes indígenas com informações, estratégias e propostas para uma participação qualificada e articulada na COP.
Fortalecimento do protagonismo indígena. Levar às negociações globais as realidades, prioridades e soluções construídas nos territórios indígenas.
Defesa de direitos. Garantir que as soluções climáticas respeitem os modos de vida tradicionais, os direitos territoriais e a autonomia dos povos indígenas.