Operação Suçuarana mobiliza classe política e aponta 2026 como a “eleição do agro”

Opositores ao Governo Federal observam o episódio de uma ação dentro da lei a oportunidade para angariar votos

Operação Suçuarana, no campo da economia regional, abriu os debates para a campanha de 2026

O senador Alan Rick (União Brasil/AC) está com a agenda cheia. Nesta terça (24), tem atividades em Cruzeiro do Sul e Mâncio Lima e na quarta (25), as atividades parlamentares serão em Porto Walter e Feijó. Entrega de maquinário (os mesmos tratores e implementos agrícolas do ProMaq, o programa do Governo Federal que disponibiliza os veículos para prefeituras e cooperativas).

Marcio Bittar também não perde oportunidades. Vai se reunir com os pequenos pecuaristas da Reserva Extrativista Chico Mendes no Km 2 da Estrada da Borracha, próximo do Entroncamento com a BR-317, onde houve o bloqueio em protesto contra a Operação Suçuarana. “Será um encontro importante nesse momento de diálogo e fortalecimento da nossa comunidade”, diz o material de divulgação.

Nas redes sociais, a ex-deputada Mara Rocha é sempre lembrada, assim como Ulysses Araújo que, inclusive, fez parte da mobilização que bloqueou a estrada durante o protesto.

O fato de a Agricultura ter conquistado um espaço importante na agenda econômica do país nos últimos anos pode explicar como isso pressiona os compromissos e calibra as promessas dos pré-candidatos.

Reinaugurações de mercados do agricultor, entrega de maquinário por meio de programa federal, incitação contra processos legais fundamentados nas legislações ambientais, tudo isso faz parte de um cenário de como a eleição de 2026 já contamina a retórica e as agendas dos futuros candidatos.

E não há nada de ilegal ou irregular: é a agricultura se impondo no cenário político. Diferente de outras regiões do país, aqui há problemas estruturantes da rotina do agricultor que não estão nas agendas dos futuros candidatos. Nas redes sociais, há um agravante: a quantidade de desinformação que circula é convenientemente tolerada pelos parlamentares. Tudo em nome do reforço de uma retórica.

Veio do senador Sérgio Petecão um diagnóstico que pode servir de profecia: “Essa operação [referindo-se à Operação Suçuarana] , da forma como foi conduzida, vai inviabilizar a campanha do Lula no Acre”, afirmou o parlamentar ao ac24agro.

Essa “inviabilização” do nome do presidente, em função da legislação ambiental e dos modelos de desenvolvimento estruturados na Bioeconomia, é cuidadosamente misturada à imagem dos aliados do presidente da República, como o atual presidente da Apex, Jorge Viana. Do ponto de vista político, a Operação Suçuarana abriu os debates da campanha de 2026.

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