O Acre está aprendendo a usar agrotóxicos nas lavouras. A pedido do ac24agro, a Secretaria de Estado de Fazenda juntou informações sobre agrotóxicos comprados pelas empresas e produtores acreanos durante todo o ano de 2024 e os cinco primeiros meses de 2025.
Não é um levantamento simples de ser feito. Até mesmo pela nomenclatura, fica difícil selecionar o que pode compor a lista. E ela é extensa. Em 17 meses, o Acre comprou 8.634 fertilizantes dos mais diferentes tipos e marcas.
Outra dificuldade da equipe da Sefaz para organizar os dados guarda relação com as unidades de medida. Alguns agrotóxicos são vendidos em litros; outros por quilo; outros ainda em galões; outros por caixa. A discriminação da unidade é assim no sistema. Mesmo que uma “caixa” tenha uma certa massa (medida em quilos), mas a discriminação no sistema está “caixa”, ou “galão”.
Essa diferença nas unidades de medida dificulta fazer uma comparação segura entre o tanto comercializado no primeiro semestre de 2024 com o de 2025, por exemplo. Mas um número já surpreende: 8,6 mil itens é algo inimaginável para o cenário da agricultura acreana há até pouco tempo.
Nesse processo de “profissionalização” da agricultura regional, nem mesmo os quatro municípios isolados (Porto Walter, Marechal Thaumaturgo, Santa Rosa do Purus e Jordão) saíram ilesos. No Jordão, por exemplo, comprou o fertilizante Select Café. Uma unidade de 2 Kg por R$ 450.
Na descrição do produto, o Select Café promete “composição equilibrada com nutrientes específicos para uma produção ideal de café. Rico em enxofre e nitrogênio, elementos que aumentam significativamente a resistência natural, melhora o desenvolvimento da planta e padroniza a granação e a maturação dos grãos. Realçando o aroma e o sabor, agrega qualidade e valor a sua safra”.
Porto Walter foi o único que compôs o relatório com apenas um ítem, até simplório diante da enxurrada de produtos pouco naturais com que o solo acreano está sendo tratado: NPK.
Em todos os municípios há uso de fertilizantes ou agrotóxicos.
Congresso derruba veto e cria taxa de registro de agrotóxicos
No início da semana, o Congresso (em sessão conjunta da Câmara e Senado) derrubou o veto do presidente da República que havia barrado a criação da Taxa de Avaliação e de Registro para Agrotóxicos.
O valor arrecadado será destinado ao Fundo Federal Agropecuário (FFAP). O objetivo desse fundo é estimular o setor e que, atualmente, não tem recursos previstos no Orçamento.