Produtor rural avalia que política ambiental ignora realidade do campo

Francisco Lima afirma ter sido multado em R$ 50 mil por desmatar área para produção e questiona como a cidade vai sobreviver sem o alimento que vem do campo

Pequenos pecuaristas lotam Galeria Marina Silva para contestar política ambiental na Aleac (Foto: Iago Nascimento/ac24horas)

Durante a manifestação realizada nesta terça-feira (17) na Assembleia Legislativa do Acre, o produtor rural Francisco Lima fez um duro desabafo contra as ações do Ibama e a política ambiental conduzida pelo Ministério do Meio Ambiente. Morador da zona rural do município de Capixaba há 40 anos, ele relatou ter sido multado em R$ 50 mil após desmatar uma área de 10 hectares para produção de farinha.

“Trabalhei 22 anos fazendo farinha, criei minha vida com isso. Bloqueei 10 hectares de mato e fui multado. Recorri, porque não sou criminoso, sou trabalhador”, afirmou Francisco.

O produtor foi chamado para participar da reunião na Aleac com outros agricultores e decidiu comparecer para protestar contra o que classificou como um “absurdo” promovido pelo Ministério do Meio Ambiente.

“Acho um absurdo o que estão fazendo com os produtores. É a gente que produz a comida que vai pra cidade: o leite, a carne, o arroz, tudo vem do produtor. Se a gente parar de produzir, como é que a cidade vai viver? Porque ninguém come madeira e nem vive só da terra”, criticou.

A declaração de Francisco reflete a insatisfação de muitos pequenos produtores, que alegam não ter alternativas para sustentar suas famílias diante das restrições ambientais impostas em áreas consolidadas de produção.

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