O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) realizou uma operação de fiscalização de grande escala na região do Projeto de Assentamento Agroextrativista (PAE) Antimary, no estado do Amazonas, com o objetivo de combater o avanço do desmatamento ilegal e a ocupação indevida de terras públicas.
Durante a ação, que contou com o apoio do Exército Brasileiro, por meio do 4º Batalhão de Infantaria de Selva (4º BIS), foram identificados e embargados mil hectares de áreas desmatadas sem autorização, resultando na aplicação de multas no valor de dez milhões de reais aos infratores. Além disso, armas de fogo, munições e motosserras foram apreendidas, e máquinas pesadas, como tratores utilizados na extração ilegal de madeira e na abertura de novas frentes de desmatamento, foram inutilizadas, reforçando a postura rigorosa do órgão ambiental contra crimes ambientais na Amazônia.
A operação também revelou uma preocupante conexão entre as invasões no PAE Antimary e a ocupação ilegal da Reserva Extrativista Arapixi, situada no Amazonas. Essas invasões sistemáticas de terras públicas vêm sendo promovidas por grupos organizados de grileiros que desmatam e exploram irregularmente os recursos naturais da região, causando graves impactos ambientais e afetando diretamente as comunidades tradicionais que dependem da floresta para sua subsistência. O Ibama tem recebido, ao longo dos anos, inúmeras denúncias de moradores e organizações ambientais sobre a degradação crescente dessas áreas e, diante da escalada dos crimes, decidiu intensificar as ações de fiscalização.
A ofensiva marca o início das atividades do Grupo de Combate ao Desmatamento da Amazônia na região da divisa entre os estados do Acre e Amazonas, uma área historicamente afetada por intensos conflitos agrários.
A disputa por terras na tríplice fronteira entre Acre, Amazonas e Rondônia, conhecida como AMACRO, tem se acirrado nos últimos anos, impulsionada pela pressão de interesses econômicos vinculados à pecuária e à exploração ilegal de madeira.
Os projetos agroextrativistas, como o PAE Antimary, desempenham um papel fundamental na preservação da floresta amazônica e na garantia do sustento das comunidades tradicionais, que vivem do manejo de produtos florestais. No entanto, a crescente ocupação irregular dessas áreas por grupos organizados de grileiros ameaça não apenas a biodiversidade da região, mas também a segurança e o modo de vida das populações que dependem da floresta para sobreviver.
O Ibama reafirma seu compromisso com a proteção ambiental e a defesa dos territórios amazônicos, garantindo que seguirá firme na identificação e responsabilização dos envolvidos na rede de invasores que atuam na região. A fiscalização será contínua e estratégica, com novas operações previstas para os próximos meses, visando impedir que crimes ambientais continuem avançando sobre áreas protegidas.