Acre recepciona Fórum dos Governadores com aumento no desmatamento

MapBiomas mostra que o estado foi o único da Amazônia Legal que registrou 30% de aumento da área desmatada 

Desmatamento recuou no país 32,4% em 2024, comparado a 2023, afirma MapBiomas (Foto: Polícia Federal/Divulgação)

Na próxima segunda-feira (19), inicia a programação oficial da 5ª Reunião Anual da Força-Tarefa dos Governadores pelo Clima e as Florestas. O Acre é sede do encontro. O governador Gladson Cameli vai recepcionar os colegas de cargo com uma vergonha exposta à mesa: o Acre foi o único que, em 2024, apresentou aumento no desmatamento. É o que diz o Relatório Anual de Desmatamento do Brasil, produzido pelo MapBiomas.

“Em 2024, a maioria dos estados amazônicos apresentou queda na área desmatada, com exceção do Acre, que registrou aumento de 30%”, informa o material de divulgação. A Amazônia foi o segundo bioma que mais desmatou, com 30,4% da área desmatada. Só perde para o Cerrado que desmatou 652,197 hectares. Isso representa 52,5% do total desmatado no Brasil ano passado.

A programação de cinco dias de duração mais parece um roteiro turístico. O Turismo que será um dos eixos de discussão junto com Mudanças Climáticas e os mecanismos institucionais de resiliência.

Vetores_ Os dados do Relatório Anual de Desmatamento foram divulgados em momento oportuno. Justamente para expor exatamente como está a situação por aqui. E com tendência a piorar. “Mais de 97% de toda a perda de vegetação nativa no Brasil nos últimos seis anos ocorreram por pressão da agropecuária”, contabiliza a organização MapBiomas.

No Acre, há pelo menos dois anos, a região de Tarauacá/Envira é uma das que mais comete crimes ambientais. No interior do Acre, é uma das regiões que reforçam a ação da agropecuária como um fator de pressão.

Com um agravante, no Acre, o pequeno produtor agrícola ou pequeno pecuarista, descapitalizado, sem estrutura adequada de produção, tendo que garantir a sobrevivência, não tem encontrado, na política pública, o amparo adequado. E isso torna a região cada vez mais vulnerável para cometimento de crimes ambientais. Tendo que sobreviver, o pequeno agricultor ou pequeno pecuarista vai produzindo da forma que a ausência dos governos permite.

Terras Indígenas

De acordo com o relatório, “dois terços das Terras Indígenas não tiveram qualquer evento de desmatamento em 2024, ano em que apenas 33% das TIs no Brasil tiveram ao menos um evento de desmatamento detectado”. Esse percentual resulta em 15.938 hectares de perda de vegetação nativa dentro de TIs. Isso representa “redução de 24% no desmatamento nessas áreas em relação a 2023”, uma área que equivale a 1,3% do total desmatado no Brasil no ano passado.

Quadro geral é de redução de desmatamento no país (em 2024, comparado a 2023)

Pantanal reduziu 58,6% 

Pampa reduziu 42,1%

Cerrado reduziu 41,2%

Amazônia reduziu 16,8%

Caatinga reduziu 13,4%

Fonte: MapBiomas

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