Entre as bancas do Ceasa de Rio Branco, um setor tem chamado cada vez mais a atenção dos consumidores: o das hortaliças orgânicas e plantas medicinais. O movimento reflete uma tendência crescente de busca por alimentos mais saudáveis e livres de defensivos químicos, produzidos com respeito ao meio ambiente e à saúde de quem planta e consome.
Agricultores familiares do entorno da capital têm apostado no cultivo de produtos como alface, couve, rúcula, cheiro-verde, cebolinha, além de ervas como hortelã, capim-santo e erva-cidreira. “Hoje o pessoal pergunta se é orgânico antes de comprar. A gente sente essa mudança na feira”, conta a produtora Antônia Bezerra, que cultiva hortaliças na região do Ramal da Usina.
Os alimentos orgânicos vendidos no Ceasa vêm, em sua maioria, de pequenos lotes certificados ou em processo de certificação participativa, muitas vezes apoiados por projetos de agricultura familiar sustentável. Com manejo mais cuidadoso e sem o uso de venenos, os produtos levam um pouco mais de tempo para crescer, mas têm ganhado mercado — inclusive com restaurantes e feiras especializadas comprando diretamente dos produtores.
No mesmo espaço, também ganham destaque as ervas aromáticas e medicinais, que há gerações são usadas na cultura acreana para chás, xaropes e banhos terapêuticos. “Tem muita gente que vem buscar hortelã pra bronquite, capim-santo pra dormir melhor, e até arruda pra fazer defumação”, comenta Maria Lúcia, que vende plantas medicinais no Ceasa há mais de três anos.
Além do apelo à saúde, o cultivo orgânico representa uma alternativa econômica viável para famílias rurais, especialmente em pequenas propriedades onde a diversificação da produção é essencial. A crescente valorização desses produtos mostra que o Ceasa vai além da comercialização — é também um espaço de reconexão entre campo, cidade e natureza.