Cooperacre aposta em nova indústria para ampliar produção e alcançar o mercado global

Com capacidade dez vezes maior de processamento, cooperativa mira mercados nacionais e internacionais com nova polpa concentrada asséptica.

Obras da nova planta agroindustrial da Cooperacre, em Rio Branco, devem ser concluídas até junho de 2025 e prometem transformar a produção de frutas tropicais no Acre. Foto: Reprodução

A Cooperativa Central de Comercialização Extrativista do Estado do Acre (Cooperacre) está investindo R$ 60 milhões na construção de uma nova planta agroindustrial voltada ao processamento de frutas tropicais da região Norte. As obras, iniciadas no começo de 2023, devem ser concluídas até junho deste ano. Desse total, R$ 35 milhões já foram aplicados no projeto.

Reconhecida por concentrar a maior produção de castanha beneficiada do Brasil, a Cooperacre quer se consolidar como referência mundial. Atualmente, a cooperativa beneficia, em média, 1.200 toneladas de castanha-do-brasil por ano — seu principal produto.

A nova planta terá capacidade para processar até 10 mil toneladas de polpa concentrada por ano, dez vezes mais que a estrutura atual. O foco será em dez espécies prioritárias: açaí, cupuaçu, cajá, graviola, acerola, maracujá, caju, manga, abacaxi e goiaba.

Com essa ampliação, a Cooperacre espera um crescimento proporcional na receita e aposta na inovação com a produção de polpa concentrada asséptica — um produto com validade de até dois anos em temperatura ambiente. Ao contrário da polpa congelada, que exige logística refrigerada, a versão asséptica tem menor custo e maior facilidade de transporte, o que amplia o acesso a novos mercados.

A nova estrutura está sendo construída no distrito industrial de Rio Branco, no mesmo terreno onde funciona a atual agroindústria de castanha. A rede conta com 30 galpões comunitários para armazenamento, quatro centrais e seis indústrias que processam castanhas, polpas, palmito de pupunha e borracha.

A atuação da Cooperacre se estende por 18 municípios do Acre, além de áreas em Rondônia e no sul do Amazonas. Seus produtos são distribuídos em todo o Brasil e exportados para nove países.

Em 2023, a cooperativa movimentou mais de R$ 73 milhões em bioeconomia, envolvendo cerca de quatro mil famílias extrativistas. A comercialização de castanha rendeu R$ 24,5 milhões com cerca de 350 toneladas vendidas. A produção de borracha gerou R$ 8,6 milhões, com 720 toneladas comercializadas.

“A construção da nova indústria tem como objetivo diversificar nosso portfólio e explorar novos mercados. Queremos aumentar nossa capacidade de beneficiamento e fortalecer a cooperativa”, afirma José Rodrigues de Araújo, presidente da Cooperacre.

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