O Brasil tem enfrentado uma sequência de desastres ambientais que reforçam a urgência de medidas concretas contra os efeitos da mudança do clima. As enchentes no Rio Grande do Sul, a seca histórica na Amazônia e, mais recentemente, os tornados que atingiram o Paraná e deixaram seis mortos, evidenciam o avanço dos eventos climáticos extremos no país.
Com foco em adaptação climática, o governo federal anunciou, no contexto da COP-30, um plano para ampliar o monitoramento de cidades brasileiras sob risco. A conferência das Nações Unidas sobre o Clima, que será realizada em Belém (PA), em 2025, deve servir como vitrine das ações brasileiras no enfrentamento à crise ambiental. “O convênio vai na direção de levar o que temos disponível de tecnologia para as cidades”, afirmou a ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos, ao Estadão.
Entre as principais medidas está o fortalecimento do Cemaden (Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais), órgão responsável por prever e acompanhar situações como enchentes, secas e deslizamentos. O centro, que já passou por crises de financiamento e falta de pessoal, será ampliado e integrado a novas ferramentas tecnológicas.
Outra iniciativa em destaque é a criação do Sistema Nacional de Informações Georreferenciadas, que vai permitir o compartilhamento de dados climáticos entre União, Estados e municípios. Atualmente, o modelo funciona apenas em três regiões metropolitanas — Belém (PA), Florianópolis (SC) e Teresina (PI) —, mas o objetivo é expandi-lo para todo o país.
Com a COP-30 se aproximando, o governo busca mostrar ao mundo que ciência, tecnologia e políticas públicas podem caminhar juntas. O desafio é transformar informação em ação — protegendo vidas, prevenindo tragédias e construindo um Brasil mais resiliente às mudanças do clima.
