Instabilidade política no Peru sugere vigilância e gera incerteza sobre integração

Decreto de Estado de Emergência assinado pelo presidente José Jerí expõe fragilidade para cenário econômico e coloca em xeque investimentos estratégicos para fortalecimento de relações comerciais com a Ásia via portos peruanos

Estado de emergência em Lima e Callao mobiliza o exército e gera incertezas políticas e econômicas no Peru.

A assinatura do decreto formalizando o Estado de Emergência para as cidades de Lima e Callao geram um ambiente de instabilidade que pode impactar a economia. As incertezas no campo político e administrativo provocam dúvidas sobre investimentos estratégicos feitos na região. Em apenas sete anos, o Peru já teve seis presidentes da República.

A justificativa do decreto é o combate à criminalidade no país. “Guerras se vencem com ações, não com palavras”, disse  o presidente da República do Peru, José Jerí, em anúncio em cadeia nacional.

Desde a meia noite desta terça-feira (22), Lima e Callao estão em estado de emergência. O decreto tem validade por 30 dias corridos. A imprensa peruana fala que um dos motivos para que os direitos constitucionais sejam suspensos nessas duas cidades é a contenção “de crimes como extorsão e assassinatos por encomenda”. Na verdade, o motivo não é Segurança Pública. A questão é de natureza política.

Houve registros de vários confrontos entre manifestantes e policiais, além do fechamento de estradas devido à mobilização dos manifestantes. Uma pessoa morreu, o rapper Eduardo Mauricio Ruiz, conhecido como Trvko. O que aumentou ainda mais o clima de comoção. Mais de 200 ficaram feridas. Foram realizadas 10 prisões, segundo informam os periódicos peruanos. Os manifestantes querem uma nova Assembleia Constituinte.

O governo peruano credita o ambiente de tensão política à atuação de um grupo chamado de “Geração Z”. Para o governo, esse grupo quer “tomar a democracia de assalto”. O governo peruano diz que o “Geração Z” é uma derivação do Movimento Revolucionário Tupac Amaru, um grupo que teve forte atuação no Peru nos anos 80. Tinha forte atuação nas comunidades montanhosas do Peru, as mais carentes. Tinha identificação com a agenda da esquerda latino-americana. Os grandes veículos de imprensa classificavam o movimento como “terrorista”.

O exército nas ruas de Lima e o clima de instabilidade política trazem insegurança para os negócios da região. Qualquer projeto de infraestrutura com foco na integração fica sob suspeição. O ac24agro tentou contato com o consulado do Peru no Acre, mas ainda não conseguiu resposta. Mais informações sobre o problema a qualquer instante.

Compartilhar esta notícia
Nenhum comentário

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Sair da versão mobile