Região Norte e Acre não registram avanço expressivo na área plantada de milho

Enquanto Sul do país lidera o plantio com ritmo acelerado, Norte e Acre ainda não registram percentuais consolidados de semeadura para a safra 2025/26.

O estudo define os períodos de semeadura mais adequados e os municípios considerados aptos para o cultivo da lavoura. (Foto: ac24horas)

Segundo análise semanal divulgada pelo Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea) nesta segunda-feira (29), com base em dados da Conab, a semeadura da primeira safra 2025/26 de milho no Brasil alcançou 20,80% da área estimada — avanço semanal de 6,10 pontos percentuais. Em comparação com igual período da safra 2024/25, o plantio está 4,60 pontos percentuais à frente e 2,60 pontos acima da média das últimas cinco safras.  

O avanço foi puxado pelo Sul do país: até 20 de setembro, a semeadura atingiu 44% no Paraná, 35% em Santa Catarina e 66% no Rio Grande do Sul, regiões que tiveram condições climáticas favoráveis e chuvas que deixaram o solo adequado para as operações. O Imea ressalta que previsões meteorológicas apontam por enquanto por precipitações no Sul nas próximas semanas, o que tende a favorecer o desenvolvimento das áreas já plantadas.  

Norte do Brasil — panorama

Ao contrário do Centro-Sul, os levantamentos públicos mais recentes (Conab / boletins consultados) não mostram um avanço relevante da semeadura da primeira safra de milho no Norte até o fechamento desta análise. O plantio da primeira safra no Norte costuma ocorrer mais tardiamente do que no Sul, em função do calendário climático regional e do zoneamento agrícola — muitas áreas do Norte direcionam esforços maiores à segunda safra/plantios ligados ao calendário de chuvas local. Não foram localizados boletins oficiais da Conab, Imea ou secretarias estaduais que apontem um percentual consolidado de semeadura para a primeira safra do milho na região Norte na data do relatório do Imea.  

Acre — situação e calendário

No caso específico do Acre, o plantio da primeira safra de milho não aparece com percentuais mensurados em boletins semanais nacionais (Conab/Imea) para a data referida pelo levantamento do Imea. O que há disponível oficialmente é o zoneamento agrícola de risco climático (ZARC) e o calendário de plantio publicados pelo Ministério da Agricultura (MAPA), que indicam os períodos mais apropriados para semeadura no estado — no Acre o plantio da primeira safra é tradicionalmente recomendado entre janeiro e abril, com variações por município e tipo de solo. Além disso, informes locais do governo estadual destacam que a produção de milho no Acre vem crescendo em volume em levantamentos recentes, mas não trazem um percentual semanal de semeadura equivalente ao divulgado para o Centro-Sul. Em resumo: não há, na data do levantamento do Imea, um percentual consolidado de semeadura para o Acre divulgado pela Conab ou por boletins regionais que corresponda ao indicador nacional de 20,80%.  

Contexto e interpretação

O descompasso entre o ritmo do Sul (adiantado) e a ausência de avanço mensurável no Norte/Acre está relacionado ao calendário climático regional e ao fato de que, para a primeira safra do milho (milho-verão), as operações tendem a se concentrar onde as chuvas de setembro/outubro já permitem um início seguro. No Norte e no Acre, o período favorável ao plantio costuma começar mais tarde no ano-agrícola local — por isso, percentuais nacionais que enfatizam os estados do Sul não implicam, automaticamente, plantio adiantado nas regiões Norte ou Norte-Amazônica.  

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