O Acre registrou um crescimento expressivo de 13,5% no valor da produção agrícola em 2024, alcançando R$ 838,5 milhões, segundo a Pesquisa de Produção Agrícola Municipal (PAM) divulgada pelo IBGE. O resultado estadual contrasta com o desempenho nacional, que apresentou queda de 3,9%, somando R$ 783,2 bilhões. Já para 2025, o Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA) aponta para uma safra recorde de 341,2 milhões de toneladas de grãos no Brasil, o que representa alta de 16,6% em relação ao ano anterior.
No Acre, a expansão foi acompanhada de um aumento de 2,5% na área colhida, totalizando 97,4 mil hectares. A mandioca consolidou-se como a principal cultura, com 495,9 mil toneladas produzidas e valor de R$ 329,5 milhões, respondendo por 39% de toda a produção estadual. O café também apresentou desempenho notável: com crescimento de 59,9% no valor da produção, alcançou R$ 44,9 milhões, impulsionado pela alta nos preços internacionais.
O grupo dos cereais e oleaginosas — que inclui milho e soja — seguiu a tendência nacional de retração. O milho caiu 14,4% em volume, encerrando 2024 com 119 mil toneladas, e recuo de 2,7% no valor (R$ 128,1 milhões). Já a soja avançou 32,4% em produção, atingindo 60,5 mil toneladas, o que resultou em aumento de 18,2% no valor, mesmo diante da queda dos preços médios.
Entre os municípios acreanos, os maiores valores de produção foram registrados em Plácido de Castro (9,4%), Acrelândia (8,3%), Capixaba (7,9%), Senador Guiomard (7,8%) e Rio Branco (7,2%).
Enquanto isso, no cenário nacional, a PAM de 2024 mostrou retração pelo segundo ano consecutivo, explicada pela queda de 7,5% na produção de grãos e pela redução nos preços de commodities como milho e soja.
Já as perspectivas para 2025 são otimistas. O LSPA projeta uma safra recorde de 341,2 milhões de toneladas, com aumento de 16,6% em relação a 2024. A área colhida deve chegar a 81,3 milhões de hectares, 2,8% maior que no ano anterior. Os destaques são soja (165,9 milhões t), milho (138 milhões t) e arroz (11,2% de crescimento na área), que juntos respondem por 92,6% da produção nacional.
De acordo com o gerente do LSPA, Carlos Barradas, o clima favorável e o aumento dos investimentos dos produtores foram decisivos para o resultado. “Os produtores investiram mais nos cultivos da soja e do milho porque os preços dessas commodities estavam com boa rentabilidade. Outro fator relevante é que houve perdas grandes somente na produção da soja no Rio Grande do Sul, mas em menor escala para o milho”, explicou.
Regionalmente, o Centro-Oeste segue como principal polo, responsável por 51,4% da produção, seguido pelo Sul (25,1%), Sudeste (8,8%), Nordeste (8,2%) e Norte (6,5%). Mato Grosso lidera isolado como maior produtor nacional de grãos, com 32,4% do total.