A medida anunciada pelo Governo Federal para apoiar empresas exportadoras afetadas pelo aumento de tarifas dos Estados Unidos pode abrir novas oportunidades para produtores do Acre. O programa permitirá a aquisição, sem licitação, de produtos como açaí, mel, pescados e castanha-do-Brasil — itens que já fazem parte da base produtiva do estado e movimentam a economia da agricultura familiar e do extrativismo.
Segundo a portaria publicada na última sexta-feira (22), a União, estados e municípios poderão comprar diretamente de empresas exportadoras ou produtores que comprovem fornecimento para o mercado norte-americano. No Acre, cooperativas de açaí, extrativistas de castanha e meliponicultores de mel da Uruçu, por exemplo, poderão se enquadrar, ampliando as possibilidades de comercialização para programas como o de Alimentação Escolar e o de Aquisição de Alimentos.
O ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura, Paulo Teixeira, explicou que os preços pagos não seguirão a lógica do dólar, mas sim valores em real que assegurem remuneração adequada aos produtores. Para os acreanos, essa pode ser uma saída importante para evitar perdas em decorrência da retração nas exportações, ao mesmo tempo em que garante escoamento da produção para o mercado interno.
Além das compras públicas, o governo também anunciou R$ 40 bilhões em crédito para os setores impactados. No Acre, a medida pode favorecer agricultores familiares e cooperativas que dependem da exportação de produtos da sociobiodiversidade, mas que encontram barreiras para manter contratos externos diante do cenário internacional.