Um dos estandes da 50ª Expoacre tem como protagonistas pessoas que estão privadas de liberdade. Localizado na área das Forças de Segurança, o espaço do Instituto de Administração Penitenciária do Acre (Iapen) tem chamado atenção pela beleza, qualidade e diversidade dos produtos expostos, todos confeccionados por apenados dos presídios de Rio Branco, Cruzeiro do Sul e Senador Guiomard.
O videomaker do ac24horas, Kennedy Santos, visitou o local nesta segunda-feira, 28, e conversou com o presidente do Iapen, Marcos Frank, que apresentou as iniciativas de ressocialização desenvolvidas pelo sistema penitenciário acreano. Entre os itens produzidos estão mesas, cadeiras, peças em madeira, bandeiras do Acre, sandálias, bicicletas restauradas e instrumentos musicais.
“Existem diversos trabalhos que são feitos nos complexos penitenciários. Temos a fábrica de móveis no Polo Moveleiro, e projetos também nas unidades de Senador Guiomard e Cruzeiro do Sul”, explicou Frank.
Uma das peças que mais chamam atenção é justamente a bandeira do Acre, feita com precisão por detentas. “É um trabalho desenvolvido por elas, e impressiona pela qualidade do produto. Além da qualificação, é um trabalho de ressocialização que garante remição de pena, a cada três dias trabalhados, um dia é reduzido da sentença”, completou.
Outro destaque é a fabricação de sandálias em três complexos penitenciários, por meio de um projeto fomentado pelo Tribunal de Justiça. O mesmo órgão também apoia o “Som da Liberdade”, que ensina apenados a fabricar instrumentos musicais, como violões, com acabamento digno de profissionais.
“Cremos que mais de mil pessoas estejam envolvidas com os projetos ligados à população carcerária do Acre. Temos grandes parceiros como o Tribunal de Justiça e outras instituições que ajudam tanto na qualificação quanto no incentivo a esses trabalhos”, afirmou Marcos Frank.
O estande também abriga o projeto que transforma bicicletas deterioradas, doadas ao sistema, em peças restauradas com nova utilidade, algumas delas, pintadas com designs exclusivos. “Esse projeto gera expectativa de emprego para os apenados que estão cumprindo pena”, explicou.
Além disso, os visitantes se encantam com peças artesanais feitas a partir de pequenos fragmentos de madeira, em uma técnica semelhante à marchetaria. Marcos explicou que a seleção dos participantes é criteriosa: “Exigimos bom comportamento e parte do cumprimento da pena. Depois é feita uma seleção entre os presos que atendem aos critérios, e eles são qualificados para atuar nesses projetos”, finalizou.
Assista ao vídeo: