Presidente do Idaf defende diversificação produtiva no Acre

Presidente do Idaf defende novos caminhos para o campo e alerta para desafios da sanidade agropecuária no Acre

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Foto: Sérgio Vale

Na segunda noite da Expoacre 2025, o presidente do Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal do Acre (Idaf), Francisco Thum, concedeu entrevista ao programa ac24agro neste domingo (27). O gestor apresentou um panorama sobre o trabalho do órgão, a realidade do rebanho bovino do estado e os desafios da produção agrícola e pecuária no Acre.

Ao ser convidado para a conversa no estúdio montado no Parque de Exposições Wildy Viana, Thum destacou a atuação do Idaf na preservação da sanidade animal no estado e o comprometimento das equipes técnicas da instituição.

“A importância do Idaf, né, hoje, para a sociedade, para o produtor, como senhor falou, tá cuidando do patrimônio, né, do produtor, do Estado como um todo, né. E é uma equipe maravilhosa que tem lá dentro, trabalhando, se dedicando, às pessoas, às vezes, não têm nem muita noção, né, da importância, né, desse trabalho”, ressaltou.

Segundo o presidente, o Acre possui atualmente um rebanho estimado entre 5,1 e 5,2 milhões de cabeças de gado. A última atualização apontou um número exato de 5.180.000 animais, com uma movimentação significativa de saída de gado.

“Na última, deu 5 milhões e 180 e poucas mil cabeças, né. Então, desde lá pra cá, o que vem sendo feito é as correções, né, de nascimento, de bezerro e tal. A gente acredita que, mas também saiu, nestes últimos 6 meses, né, que a saída de gado do Acre, hoje, tá em torno de 180 mil cabeças, né. Então, ele está se mantendo entre 5 milhões e 100, 5 milhões e 200 mil cabeças, hoje, o rebanho do Acre”, ressaltou.

Sobre a produção de gado, Thum explicou que ela se concentra nas regiões com acesso fluvial ou terrestre, destacando que o Acre continua sendo um dos estados mais preservados do país. “Não, é mais nessas regiões, beira de rios, estradas, né, de acesso, né. O Acre, você sabe, né, melhor do que eu, né, o Acre é uma das áreas mais preservadas, os estados mais preservados que tem no Brasil, né, e esperamos que continue assim”, pontuou.

Ao falar sobre os caminhos da agropecuária no estado, Francisco Thum defendeu a diversificação da base produtiva, como forma de garantir sustentabilidade e crescimento econômico. Para ele, o foco exclusivo na pecuária já não se sustenta diante das exigências atuais.

“Eu conheci isso aqui em 1989, ainda, quando tava se implantando mais fortemente, né, a pecuária no Acre. E eu falo uma coisa, às vezes os pecuaristas não vão concordar muito comigo, mas o Acre chegou num ponto, e eu acredito que tem que começar a diversificar, né. Nós temos aí café, temos cacau, temos fruticultura, hoje, banana, maracujá, mamão, e o Idaf vem trabalhando em todas essas áreas”, destacou.

Além da pecuária, o Idaf atua no monitoramento de culturas vegetais e já está em alerta para pragas que ameaçam cultivos estratégicos, como a mandioca, que pode ser atingida pela “vassoura de bruxa”, praga já registrada no Amapá. “A própria mandioca, né, que tem agora uma praga nova, nos ameaçando aqui, já tá perto, né, a praga. É a vassoura de bruxa da mandioca, né. Ela já foi detectada, já está no estado do Amapá, né. Então, acredito que ela entrou pela Guiana, lá em cima”, explicou.

Foto: Sérgio Vale

Para combater essas ameaças, o Idaf tem promovido ações preventivas com técnicos e produtores em municípios como Tarauacá e Feijó, que têm se destacado na fruticultura, especialmente na produção de banana.

Thum reforçou que o Idaf vem se preparando também para os desafios futuros da cadeia produtiva, como a rastreabilidade do rebanho, exigência que trará mudanças profundas na estrutura de controle sanitário e fundiário do estado. “Vai ser um grande problema para nós. Problema sim, que eu vejo as dificuldades, porque uma coisa você vê, os caras falam Santa Catarina tem tudo implantado, mas Santa Catarina o grosso do rebanho deles é gado leiteiro, que é tudo produção familiar, é 10, 20, 30 cabeças. Toda regularizada, e nós aqui estamos ainda implantando, tudo com isso”, explicou.

O presidente também destacou a importância de políticas públicas que conciliam preservação ambiental com geração de renda, especialmente para populações que vivem em áreas de reserva. “Por que não se dá uma opção para essas pessoas começarem a cultivar cacau? Um hectare de cacau hoje dá em torno de 20 mil reais por mês de produção, de renda. Você não tira essas famílias de lá, você dá uma renda para eles, eles vão sobreviver lá. Eles não querem nada de graça de ninguém, eles querem trabalhar, ter o lugar deles, produzir, ter uma vida”, finalizou.

Assista à entrevista:

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