Durante a transmissão do ac24horas na abertura da 50ª edição da Expoacre, neste sábado (26), o videomaker Kennedy Santos apresentou ao público o espaço do projeto “Respira Acre”, um dos destaques da feira em Rio Branco.
A proposta reúne tecnologia, tradição e sustentabilidade por meio da moda artesanal, conectando saberes da floresta à indústria calçadista nacional. O designer Marney Carminati, explicou que o projeto surgiu de um desafio lançado pela Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil), em parceria com a Assintecal, o Centro das Indústrias de Curtumes do Brasil (CICB) e o Sebrae.
“O desafio era vir ao Acre e descobrir materiais e técnicas artesanais que pudessem ser integradas à cadeia de calçados, nosso foco no Inspiramais, no Rio Grande do Sul. Trabalhamos com 18 artesãos locais que criaram enfeites e peças que podem ser aplicadas nos produtos da indústria”, contou.
Segundo Marney, uma das marcas envolvidas no projeto foi a Arezzo, conhecida mundialmente. Ele destacou o trabalho da artesã Francisca, do grupo do Rio Croa, que criou adornos a partir de fibras de carrapicho.
“O grande desafio foi transformar elementos da floresta em peças aplicáveis ao design de calçados. Francisca conseguiu isso ao transformar a pesquisa feita no Croa em adornos com identidade amazônica.”
Outros nomes de destaque incluem Amélia Marubo, que aplicou técnicas indígenas com murmuru e aruá na confecção de acessórios, e Maxon, renomado artista acreano que criou bolsas articuladas com cenas da floresta, especialmente para a coleção. “O Maxon é reconhecido no mundo inteiro. Aqui, ele topou criar uma bolsa inédita, retratando narrativas da floresta acreana”, acrescentou Marney.
Outro grupo citado foi o de Iranilson, oriundo de reservas extrativistas. Eles desenvolveram adornos a partir da semente de açaí, valorizando o produto regional. “A ideia era transformar a semente do açaí em peças que agreguem valor ao artesanato e possam ser aplicadas em calçados”, disse o designer. Dinei Paiva também teve seu trabalho elogiado. Ela utilizou açaí em diferentes formas — lapidado, queimado, em cascalho — e outros elementos naturais como a jarina. Já o artesão Antônio Apurinã aplicou técnicas de lapidação para transformar o açaí em peças que lembram mármore.
O projeto “Respira Acre” também gerou um documentário, um livro e uma coleção completa de produtos. Os materiais foram apresentados em eventos de grande visibilidade, como o salão de design Inspiramais e a feira BF Show, ambos realizados em São Paulo. “A imprensa internacional ficou impressionada. O que temos aqui, essencialmente amazônico, interessa ao mundo. Temos um potencial imenso para fazer negócios e atrair investimento”, afirmou Marney.
Assista ao vídeo: