Caminhoneira quebra barreiras e mostra a importância da profissão na economia

Profissional faz reflexões sobre a rotina de trabalho que, há até pouco tempo, era exclusiva do universo masculino

Jéssica Monte mostra as dificuldades da rotina de uma profissão ainda muito masculinizada (Foto: Cedida)

Aos 26 anos, a acreana Jéssica Monte é um exemplo de coragem e determinação sobre quatro rodas. Filha de caminhoneiro, ela decidiu seguir o instinto que trazia desde a infância e hoje atua com orgulho como caminhoneira na logística do agronegócio, transportando grãos e insumos inclusive para fora do país.

“Hoje o caminhoneiro é fundamental na logística do agro. Trabalhamos desde o armazenamento até a distribuição. Sem nós, mais de 60% do que é oferecido no mercado não seria entregue”, afirma. Jéssica destaca que o transporte rodoviário é o único meio capaz de chegar a determinadas regiões do Brasil, especialmente no Acre, onde enfrenta estradas precárias e trechos intrafegáveis, como o que liga Rio Branco a Cruzeiro do Sul. “Tem lugar que a gente gasta dois dias porque temos que escolher em qual buraco cair”, desabafa.

Mesmo diante dos desafios, ela acredita que a profissão é mais do que trabalho – é paixão e liberdade. “Ser caminhoneira estava no meu DNA. Meu pai não queria que eu seguisse, mas quando testei, não quis mais parar. Hoje sou feliz realizando o sonho de criança.”

Além de caminhar em um setor dominado por homens, Jéssica também quebra paradigmas ao mostrar que mulheres podem – e devem – ocupar todos os espaços, inclusive o da boleia. “Muita gente acha que é só pegar o volante, mas exige capacitação, curso, preparo. A estrada exige muito.”

A história de Jéssica reforça que por trás do alimento que chega à mesa, há muito mais do que produção no campo: há força, resistência e amor pelas estradas.

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