O Ministério Público Federal e o Instituto de Manejo e Certificação Florestal e Agrícola (Imaflora) realizam orientações nos estados do AM, MT, TO, PA, RO e AC sobre o programa Boi na Linha.
“As oficinas têm como principal objetivo orientar compradores de gado dos frigoríficos (com ou sem TAC) na utilização do Protocolo de Monitoramento de Fornecedores de Gado da Amazônia 2.0 (PMFGA 2.0) a atuarem de forma mais responsável, legal e transparente na cadeia de valor da carne e do couro bovinos, em consonância com os compromissos socioambientais vigentes”, diz o material de divulgação do programa.
O monitoramento eletrônico do comércio de gado é um instrumento para conferir à cadeia produtiva da carne bovina credibilidade e sustentabilidade. Por ele, a cria, recria e engorda do rebanho têm respaldo ambientalmente sustentáveis. O Boi na Linha confere segurança aos países que comprar aquela carne de que ela não teve, durante a cadeia de produção, nenhuma etapa realizada em área de litígio, em área embargada por crimes ambientais ou alguma restrição de ordem trabalhista.
Essa não é a percepção de boa parte dos pequenos pecuaristas do Acre. E nem quem trabalho com o comércio do gado. “Isso só vai prejudicar o pequeno produtor local”, avalia Genes Carvalho, um pequeno pecuarista que trabalho no comércio de gado há mais de vinte anos. “Isso vai fazer cair o preço da arroba para o pequeno, em um lugar como o Acre onde a arroba já é a mais baixa do Brasil”.
Agenda das oficinas de orientação do Boi na Linha
– Manaus (28 e 29 de abril);
– Cuiabá (19 e 20 de maio);
– Palmas (2 e 3 de junho);
– Marabá (8 e 9 de julho);
– Ji-Paraná (19 e 20 de agosto);
– Rio Branco (1 e 2 de outubro).
O PMFGA 2.0 é uma ferramenta técnica reconhecida pelo MPF e elaborada de forma participativa. O documento orienta frigoríficos e demais atores do setor no cumprimento das exigências socioambientais, como o combate ao desmatamento ilegal, à grilagem de terras e ao trabalho análogo ao escravo.
Com linguagem acessível e foco prático, as oficinas buscam descomplicar os conceitos e oferecer caminhos para que frigoríficos, produtores, associações, varejo e demais elos da cadeia possam implementar boas práticas de monitoramento e auditoria. As sessões também serão espaço para o debate direto com especialistas e para a troca de experiências entre os participantes.
Para quem são as oficinas?*
As oficinas são voltadas para empresas da cadeia produtiva da carne bovina que operam na Amazônia Legal, incluindo frigoríficos, curtumes, associações, representantes de varejo, consultorias, organizações da sociedade civil, sindicatos, gestores públicos e outros atores interessados em aprimorar sua atuação frente às exigências socioambientais do setor.
Capacitação para Auditores*
A agenda de oficinas Boi na Linha prevê ainda uma edição dedicada a auditores que atuam na averiguação do cumprimento dos critérios propostos pelo PMFGA 2.0. Marcado para o próximo dia 23 de maio, em São Paulo, o encontro é uma oportunidade de conhecer e aplicar a versão 1.1 do Protocolo de Auditoria dos Compromissos da Pecuária na Amazônia (PACPA 1.1).
Engajamento Boi na Linha*
Promovidas pelo Boi na Linha desde 2020, as oficinas são um espaço de engajamento com os frigoríficos e para melhoria e estímulo à implementação dos processos de monitoramento. Com essa aproximação, o Programa busca garantir que as empresas adotem práticas mais eficientes e alinhadas às exigências de sustentabilidade. Os encontros permitem ainda a integração com outras organizações e entidades regionais ligadas à cadeia produtiva da carne.
As oficinas são também uma oportunidade de identificar agendas de interesse público que possam apoiar o fortalecimento do TAC da Carne Legal e impulsionar estratégias voltadas para o desenvolvimento da pecuária. Além disso, os encontros permitem reunir subsídios para futuras revisões dos Protocolos de Monitoramento e de Auditoria.
Em 2024 foram realizadas oito Oficinas Boi na Linha, que contaram com a participação de 131 pessoas, de 61 organizações como frigoríficos, órgãos públicos, associações, sociedade civil, produtores rurais e outras organizações envolvidas com o setor.
Compromisso com a transformação
De acordo com Guilherme Whyte, coordenador de projetos do Programa Boi na Linha e responsável pela agenda das oficinas, “essas capacitações são mais do que momentos de aprendizado técnico – são oportunidades de diálogo e construção coletiva para fortalecer uma pecuária que seja, ao mesmo tempo, produtiva e responsável”, destaca.
Com mais de quatro anos de atuação, o Programa Boi na Linha se consolidou como referência na promoção de uma pecuária legal e sustentável, com base em rastreabilidade, conformidade legal e inclusão produtiva. As oficinas integram essa missão, servindo como elo entre o conhecimento técnico, as exigências de mercado e a realidade do campo.
*Informações extraídas do site do Imaflora
