Apesar do crescimento acelerado do setor frigorífico no Acre, uma preocupação tem ganhado destaque entre os representantes da classe trabalhadora do segmento: a falta de cursos de formação para os profissionais que atuam nessa área. A demanda por trabalhadores em frigoríficos tem aumentado, mas a ausência de qualificação prévia obriga as empresas a treinarem os funcionários dentro das próprias unidades de produção.
Segundo Valdemir Ribeiro, conhecido como “Amazonas”, presidente do Sindicato dos Trabalhadores Industriários do Estado do Acre, o setor é exigente e requer preparo específico. “O frigorífico é um setor onde muitas funções envolvem o uso de facas e atividades em áreas insalubres. Hoje, no Acre, não existe uma entidade que ofereça cursos para formar magarefes, desossadores, lombadores ou auxiliares de produção”, afirma.
Atualmente, a capacitação dos trabalhadores acontece após a contratação. Os novos funcionários passam por treinamentos internos que variam entre 15 dias a um mês, até que estejam aptos a executar suas tarefas com segurança. Para Amazonas, esse modelo é necessário diante da ausência de instituições que preparem os profissionais com antecedência.
“Infelizmente, não temos um SENAI ou outro órgão que ofereça cursos voltados para o setor frigorífico. Tudo acaba ficando por conta das empresas, que precisam formar os trabalhadores dentro da própria fábrica”, explica o sindicalista.
Com a expansão do setor e a previsão de contratação de até 700 novos trabalhadores nos próximos meses, o sindicato alerta para a importância de políticas públicas e investimentos em educação profissional. A criação de cursos técnicos voltados especificamente para o mercado frigorífico poderia garantir maior segurança, eficiência e oportunidades de crescimento para os trabalhadores acreanos.