A criação de abelhas nativas sem ferrão, especialmente a espécie Uruçu (Melipona flavolineata), tem ganhado força no Acre como uma prática sustentável que alia preservação ambiental, geração de renda e valorização da cultura amazônica. Em meio à floresta, pequenos produtores têm apostado na meliponicultura como alternativa econômica de baixo impacto e alto valor ecológico.
Ao contrário das abelhas tradicionais, a Uruçu não possui ferrão, o que facilita o manejo e permite sua criação por famílias inteiras, incluindo mulheres, idosos e crianças. Além disso, elas exercem papel fundamental na polinização de plantas nativas, contribuindo diretamente para a conservação da biodiversidade amazônica.
Nos últimos anos, a atividade tem se profissionalizado no estado, com o apoio de iniciativas locais que oferecem capacitação técnica e incentivam boas práticas de manejo. Um exemplo do sucesso dessa cadeia produtiva é o casal Maria Paulino e Clodoaldo, que conquistaram o 3º lugar no concurso nacional de melhor mel do Brasil em 2024, com um mel artesanal de altíssima qualidade, reconhecido por seu sabor marcante e pureza.
Maria Paulino é presidente da Associação Floresta com Abelha, organização que reúne pequenos produtores e comunidades tradicionais em torno da criação de abelhas nativas. A entidade tem desempenhado um papel essencial no fortalecimento da meliponicultura regional, promovendo desde a distribuição de colmeias até o apoio na comercialização do mel e seus derivados.
Com o avanço da atividade e o reconhecimento em premiações nacionais, a criação de abelhas Uruçu no Acre mostra-se como uma alternativa promissora para o desenvolvimento sustentável da região. Em um estado onde floresta e cultura caminham lado a lado, as abelhas têm se tornado aliadas poderosas na construção de um futuro mais equilibrado e doce.