A Faculdade de Economia da Ufac monitorou o comportamento da inflação em Rio Branco durante todo o ano de 2025 por meio do projeto “Monitoramento do IPCA Rio Branco 2025” e constatou: a capital acreana teve a segunda menor inflação entre as capitais do país, com 1,95%. Só foi superada por Goiânia que registrou 1,68%. Energia elétrica e combustíveis puxaram o índice para baixo.
O estudo foi conduzido pelo professor Rubicleis Gomes da Silva, da Ufac. “A deflação de -0,08% contrasta com o cenário inflacionário de outras regiões brasileiras”, aponta o resumo informativo da Universidade Federal do Acre.
De acordo com o monitoramento do IPCA, as bandeiras tarifárias da energia elétrica e o preço dos combustíveis foram fatores determinantes para o desempenho do IPCA na capital acreana. “A deflação foi impulsionada principalmente pela significativa redução nos preços da energia elétrica residencial (-5,66%) e combustíveis, que proporcionaram alívio direto no orçamento das famílias acreanas”, diz o estudo. “Produtos alimentícios como frango inteiro (-4,14%), arroz (-2,80%) e hortaliças também contribuíram para a queda geral dos preços. No acumulado de 12 meses, Rio Branco mantém inflação de 4,78%, inferior à média nacional que é de 5,13%”.
O estudo, no entanto, faz uma ressalva. É preciso ter cautela na análise porque o Índice de Difusão da Inflação atingiu 61,57%. “Isso mostra que a maioria dos ítens ainda apresenta tendência de alta, sugerindo que a deflação atual é mais um ‘episódio técnico’ do que uma estabilidade duradoura dos preços”, alerta o estudo. Isso significa que o ambiente de deflação não oferece estabilidade definitiva dos preços.
IMPACTO
O impacto é positivo no orçamento doméstico. Com as bandeiras tarifárias da energia elétrica dando alívio na conta do consumidor e alimentos como frango (-4,14%) e arroz (-2,80%) tendo redução, o cenário inflacionário na capital acreana foi, de fato, incomum.
“A redução significativa na conta de energia elétrica e nos preços dos combustíveis representa um alívio direto no orçamento doméstico, enquanto a queda nos preços de alimentos básicos como arroz e frango contribui para diminuir o custo da cesta básica”, afirmou o orientador do estudo, o professor doutor, Rubicleis Gomes da Silva.
O professor faz ainda outro alerta. “Por outro lado, as famílias devem manter atenção aos gastos com serviços pessoais e educação, setores que continuam apresentando pressões inflacionárias. Serviços como cabeleireiro, saúde e mensalidades escolares mantêm tendência de alta, exigindo planejamento financeiro cuidadoso. A pesquisa sugere que, embora o momento seja favorável, é importante que os consumidores mantenham cautela e aproveitem a estabilidade atual para reorganizar suas finanças pessoais”.
PRINCIPAIS DESTAQUES
Rio Branco em Posição de Destaque Nacional
• Segunda menor inflação acumulada do Brasil em 2025: Rio Branco registrou IPCA de apenas
1,95%, perdendo apenas para Goiânia (1,68%)
• Inflação em 12 meses abaixo da nacional: 4,78% contra 5,13% do Brasil
• Deflação em agosto de 2025: -0,08%, próxima da neutralidade de preços
Fatores que Explicam a Deflação
• Energia elétrica residencial: queda de 5,66% foi o principal fator, contribuindo com -0,34 pontos percentuais;
• Combustíveis: gasolina caiu 1,33%, aliviando custos de transporte;
• Alimentos: produtos como frango (-4,14%), arroz (-2,80%) e hortaliças apresentaram quedas significativas
• Habitação: Grupo teve deflação de 2,58%, principalmente devido à energia elétrica
