Lula exalta povo do Pará e diz que COP30 marca reencontro do mundo com a Amazônia

Em discurso de abertura da conferência climática em Belém, presidente destaca coragem do Brasil em sediar o evento no coração da floresta e faz apelo por união global contra a crise ambiental

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva abriu oficialmente, nesta segunda-feira (10), a 30ª Conferência das Partes sobre Mudanças Climáticas da ONU (COP30), em Belém (PA), com um discurso emocionado em defesa da Amazônia e do povo paraense. Lula iniciou sua fala homenageando o Pará e pediu que os visitantes estrangeiros prestassem atenção à hospitalidade e à alegria dos moradores da região. “Vocês vão ver homens e mulheres muito alegres, muito educados, que vão cuidar de vocês como jamais foram cuidados”, disse, destacando ainda a culinária local e a tradição da maniçoba.

O presidente agradeceu ao governador Helder Barbalho e ao ministro Rui Costa pela realização do evento e ressaltou a importância simbólica de sediar a COP no coração da Amazônia. “Seria mais fácil fazer a conferência em uma cidade acabada, mas escolhemos o desafio para provar que nada é impossível quando há vontade política e coragem”, afirmou.

Lula também lembrou que há mais de 30 anos o mundo se reunia no Rio de Janeiro, na Eco-92, e disse que a COP30 representa o retorno do debate climático à sua “terra natal”. “Belém será, pelas próximas duas semanas, a capital do mundo”, declarou. O presidente destacou ainda a criação do Fundo de Florestas Tropicais para Sempre, que arrecadou US$ 5,5 bilhões, e a adoção de compromissos coletivos em áreas como manejo do fogo, direitos indígenas, combustíveis sustentáveis e combate ao racismo ambiental.

Durante a fala, Lula defendeu que a COP30 seja “a COP da verdade”, criticando o negacionismo climático e a lentidão na adoção de medidas concretas. Ele propôs a criação de um Conselho do Clima vinculado à ONU e afirmou que a crise ambiental é também uma crise de desigualdade. “O aquecimento global aprofunda a lógica perversa que define quem é digno de viver e quem deve morrer. Mudar pela escolha nos dá a chance de um futuro que não é ditado pela tragédia”, afirmou.

Encerrando o discurso, o presidente citou o xamã ianomâmi Davi Kopenawa, dizendo esperar que “a serenidade da floresta inspire a clareza de pensamento necessária para ver o que precisa ser feito”. Lula concluiu desejando “uma boa COP30” aos participantes, reforçando que o evento deve marcar um novo capítulo na relação entre o desenvolvimento humano e a proteção do planeta.

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